A greve no Hospital Federal de Ipanema vem aumentando a cada dia, com a adesão de setores importantes da unidade. Visando ampliar o movimento, o Comando de Greve realizou, nesta terça-feira (21/5), reunião com o Corpo Clínico da unidade, no auditório do Centro de Estudos. Ficou acertado fazer um debate mais amplo com todos os médicos de modo a suspender a realização de cirurgias eletivas não oncológicas e consultas.
A mobilização da unidade da Zona Sul do Rio de Janeiro faz parte da greve por tempo indeterminado da rede federal de saúde contra o desmembramento e privatização dos hospitais, pelo reajuste linear que reponha as perdas inflacionárias dos servidores, pagamento da insalubridade em grau máximo, manutenção dos contratos temporários até a realização de concurso púbico e fim da falta de verbas com a retomada de investimentos garantindo melhores condições de trabalho e de atendimento à população.
O diretor do Sindsprev/RJ, Sebastião de Souza, lembrou que o governo prepara um ataque ao complexo de hospitais federais o que exige a participação de todos na greve. “O Ministério da Saúde já deixou bem claro o seu objetivo de fatiar a rede para entregar as unidades ao estado, à prefeitura, à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e isto só através da luta vamos impedir”, frisou.
Também estão em greve as seis unidades da rede, além de Ipanema, os hospitais da Lagoa, Servidores, Bonsucesso, Andaraí e Cardoso Fontes. O calendário aprovado em assembleia prevê ainda hoje, a partir das 14h, assembleia dos servidores do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), com o objetivo de organizar a greve naquela unidade. Na segunda-feira (20/5) aconteceu a reunião do Corpo Clínico do Hospital Federal de Bonsucesso, para organizar a greve na unidade.
Este calendário de mobilização foi aprovado pela assembleia geral dos servidores da rede federal realizada na tarde da última sexta-feira (17/5), no auditório do Sindsprev/RJ. Além de referendar a continuidade da greve por tempo indeterminado, a assembleia aprovou que continuem suspensos os serviços eletivos que não causem agravamento das condições de saúde de pacientes e usuários das unidades federais.
Greve se amplia
A greve da rede de hospitais federais do Rio de Janeiro, começou forte, na quarta-feira (15/5) e vem ampliando a adesão. Levantamento feito pelo Comando Geral de Greve mostrou que a tendência é a paralisação crescer ainda mais nos próximos dias com o aumento da participação de servidores de centros cirúrgicos, internações e consultas.
Entre as principais reivindicações estão o cancelamento do plano do governo federal de fatiar e privatizar a rede; o fim do sucateamento das unidades federais de saúde; a transferência dos servidores da rede para a carreira da Ciência e Tecnologia; cumprimento do acordo de greve de 2023; pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem em valores integrais; prorrogação de todos os Contratos Temporários da União (CTUs) até a realização de concurso público; e reajuste linear em índice que recomponha o efetivo poder de compra dos salários.
