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quarta-feira, janeiro 29, 2025
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Ação da Polícia Civil dentro da Fiocruz coloca trabalhadores em risco

Na manhã desta quarta-feira (8/1), agentes da Polícia Civil entraram sem qualquer comunicação prévia e autorização no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, para o que seria uma incursão na comunidade de Varginha. Um projétil atingiu o vidro da sala de Automação, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), fábrica de vacinas da Fiocruz, e uma trabalhadora recebeu atendimento médico por conta dos estilhaços. Ela passa bem e não chegou a ser ferida.

A informação foi publicada no site da Fundação. O texto frisa ainda que os policiais permaneceram na Fiocruz ao longo da tarde. A operação dentro da Fiocruz ocorreu na rua que beira o rio Faria-Timbó. Na região, além do prédio de produção de vacinas, estão localizados o Centro Hospitalar do Instituto Nacional Evandro Chagas e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, onde circulam professores e alunos do ensino médio.

Trabalhadores em risco – O que ocorreu hoje na Fiocruz foi muito grave. A instituição vive recorrentemente situações de risco em virtude dos conflitos armados que ocorrem no seu entorno, mas é a primeira vez que ocorreu o ingresso sem comunicação e sem autorização de agentes da polícia civil no campus Manguinhos. A troca de tiros colocou em risco a vida de trabalhadores, estudantes e usuários dos nossos serviços”, afirmou o diretor-executivo da Fundação, Juliano Lima.

“Lamentamos muito pela trabalhadora de Bio-Manguinhos, atingida pelos estilhaços, e por todos os demais trabalhadores que tiveram que viver essa situação no dia de hoje. Estamos buscando interlocução com as autoridades de segurança do estado do Rio de Janeiro para tratar do assunto com a máxima urgência”, complementou Juliano.

Um supervisor da empresa que presta serviços para a Gestão de Vigilância e Segurança Patrimonial da Fiocruz foi levado pelos policiais de forma arbitrária para a delegacia, algemado. O vigilante fazia o trabalho de desocupação e interdição da área como medida de segurança para os trabalhadores, alunos e demais frequentadores do campus, no momento da incursão policial, e foi acusado de dar cobertura a supostos criminosos que estariam em fuga. A Fiocruz não tem informação sobre as alegações.

Atividades suspensas e impactos no campus – O Museu da Vida Fiocruz, que recebe visitantes de várias escolas durante a semana, teve que interromper suas atividades. Os visitantes, entre adultos e crianças, tiveram que se abrigar em locais seguros até que pudessem ser conduzidos para fora da Fiocruz. Também houve impacto nos atendimentos realizados pelo Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (Ensp/Fiocruz), que tiveram que ser suspenso. A Fiocruz ainda avalia se houve impactos na produção de vacinas e insumos. Durante a troca de tiros entre os policiais que estavam na Fiocruz e criminosos do outro lado da margem do rio, trabalhadores tiveram que ficar agachados ou deitados embaixo de suas mesas.

Toda a ação da Polícia Civil ocorreu de forma arbitrária, sem autorização ou comunicação com a instituição, colocando trabalhadores e alunos da Fiocruz em risco. Até o início da tarde, a operação da Polícia Civil continuava dentro da Fiocruz, com a orla do rio Faria-Timbó interditada. No período da tarde, a Avenida Leopoldo Bulhões também foi fechada nos dois sentidos, impossibilitando a saída de trabalhadores por aquela portaria.

O expediente foi encerrado às 13h30, ficando mantidos apenas os serviços essenciais. A saída dos trabalhadores ocorreu pela Portaria da Avenida Brasil. O horário de saída do Transporte Coletivo da Fiocruz foi antecipado para as 15h: foram 51 ônibus e 2.346 passageiros evacuados de forma emergencial. O Sindicato de Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) também publicou nota sobre a a ação desta quarta-feira.

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