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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Com boicote e flexibilização, Brasil pode chegar a meio milhão de mortos pelo covid-19

A flexibilização do isolamento social, em um momento ascendente da curva de contaminados e mortos e com os hospitais entrando em colapso, terá um efeito devastador. O Brasil pode chegar a algo entre 500 mil e 600 mil mortes. A avaliação é dos médicos Nayá Puertas, da Clínica da Família e diretora do Sindicato da categoria, e Júlio Noronha, diretor do Corpo Clínico do Hospital Federal de Bonsucesso, unidade indicada pelo ministério da Saúde como referência no tratamento do novo coronavírus.

“A flexibilização vai aumentar o número de infectados e mortos. A consequência é o genocídio dos trabalhadores e pobres. Analisando os números atuais, subnotificados, avalio que chegaríamos a perto de 2 milhões de infectados e pelo menos 600 mil mortos”, avalia a médica. Noronha lembra que países evoluídos só flexibilizaram após a queda do pico, quando a curva já estava descendente, o que não é o nosso caso. “Aqui, com a flexibilização precoce e sistema de saúde falho, não é difícil prever, que, salvo maquiagem dos governos, teremos cerca de 500 mil mortes pela covid-19 no país”, prevê.

Boicote de Bolsonaro é genocida

Nayá Puertas aponta o boicote de Bolsonaro ao isolamento social e os recentes decretos de flexibilização de Wilson Witzel e Marcelo Crivella, para o estado e o município do Rio de Janeiro, como uma política de genocídio dos segmentos mais carentes da população, já que terão como consequência o aumento da propagação da pandemia e do número de óbitos. “Já estamos vendo os ônibus intermunicipais, BRT e trens lotados. Com uma taxa de letalidade no estado de 10,2%, chegaremos rapidamente a 100 mil infectados e cerca de 10 mil mortos”, alerta.

Para Noronha Bolsonaro é um dos principais responsáveis pela baixa adesão e alto contágio no Brasil. Frisou que muito embora seja um vírus novo – surgiu de janeiro para cá – já se sabe que passa rapidamente de pessoa para pessoa e que todos os países que tiveram menor número de casos foram os que adotaram precocemente o isolamento total, criando as condições para flexibilizar de forma gradual depois que o número de casos foi ficando bastante reduzido.

“Aqui no Brasil, este binômio presidente da República-ministério da Economia, estimulou as mortes. A economia foi considerada mais importante que a vida humana”, afirmou.
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“O exemplo da falta de seriedade é o chefe da nação. Disse que era uma gripezinha e todo o dia contraria o isolamento, levando as pessoas mais ingênuas a acreditarem no que ele diz, que não há com o que se preocupar”, argumentou.

Segundo Nayá as atitudes de Bolsonaro, Paulo Guedes, do governo federal e seus apoiadores são responsáveis por termos, hoje, mais de 740 mil casos confirmados e 39 mil mortes por covid-19, no país, mesmo com a subnotificação.

Crime de responsabilidade

Noronha afirmou que em qualquer país sério Bolsonaro e os demais responsáveis pelo descontrole da pandemia no país já teriam sido severamente punidos, o presidente com o impeachment. ”Mas não acredito que qualquer denúncia contra o presidente vá passar pela Procuradoria Geral da República”, avaliou, referindo-se às ligações de Augusto Aras, nomeado para o cargo pelo presidente. Já Nayá acredita que com a pressão dos protestos populares o impeachment se efetivará.

A política informal de Bolsonaro de deixar todos se contaminarem sob a alegação de que assim a população ficará imune, a chamada imunidade de rebanho, geraria o aprofundamento do genocídio.
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“Infectar mais resulta em mais mortes. Temos exemplos de outros países, como a Suécia. Não há estudos que comprovem que a imunidade contra a covid-19 é permanente. Mais doentes provoca colapso no sistema de saúde”, advertiu.

Segundo Noronha, a imunidade de rebanho é uma boçalidade.
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“Seria ótima se fosse uma epidemia de unha encravada”, ironizou. Explicou que pela gravidade da doença e pela forma como se comporta o vírus, em todo o mundo, 80% são contaminados; destes, 15% precisam ser internados, 5% deles precisam de CTI, e 2,5% a 3% morrem.

“Esta é uma constante matemática em todos os países. A imunidade de rebanho é uma grande burrice, vai contaminar todo mundo, num espaço de tempo muito mais curto. Quanto mais contaminados, mais vão precisar de internação, e não vai ter vaga para todos em leitos comuns e de CTI. Vão morrer na rua, como ocorreu no Equador” constatou.

Desmonte do SUS

Segundo a médica foi também responsável pela disparada de infectados pela doença o desmantelamento da saúde feito por seguidos governos e que se intensificou ainda mais com Bolsonaro. Não há concurso, os profissionais são contratados de forma precarizada. A Emenda Constitucional 95, congelou os investimentos. “Essas medidas contribuem para o aumento de infectados e mortos porque reduzem o número de trabalhadores, de leitos e equipamentos do no SUS”, denunciou. Noronha comentou que a saúde pública, que era um caos, com a pandemia tornou-se um caos dentro do caos. “É grande o número de pacientes morrendo em UPAs à espera de um leito especializado”, acrescentou

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