O sucateamento e o caos da saúde pública também existem na saúde privada, apesar de o discurso dominante na mídia exaltar a privatização como ‘solução’ para a saúde. Na noite desta segunda-feira (27/4), o paciente Márcio Alexandre, de 47 anos, passou por uma verdadeira via crucis para conseguir um leito de UTI com ventilação mecânica, após a constatação de uma pneumonia grave.
Com sintomas de covid-19, ao meio-dia desta segunda (27) o paciente procurou um hospital privado, no Rio de Janeiro, em busca de socorro. Após Márcio ser internado e entubado, seus familiares foram informados de que não havia mais leitos disponíveis de UTIs no hospital. Foi então que os familiares do paciente tentaram, por meio do plano de saúde Bradesco, uma remoção para outra unidade de saúde conveniada. A empresa responsável pelo transporte do paciente foi a Savior, que presta serviços ao hospital onde Márcio estava internado.
O que parecia uma solução, contudo, foi só o início de outros problemas ainda mais graves. A primeira ambulância enviada pela Savior, segundo os parentes de Márcio e denúncias dos próprios trabalhadores da empresa, não possuía respirador compatível com as necessidades do paciente. Na verdade, era um respirador arcaico. Diante da resistência e dos questionamentos dos parentes de Márcio, outra empresa conveniada ao hospital enviou nova ambulância, que finalmente transportou o paciente ao Hospital Pro-Cor, na Ilha do Governador, após quase 12 horas de espera. No momento, Márcio está internado em leito de CTI.
“O que aconteceu demonstrou que a Savior não se preocupou com as necessidades do paciente. Isto prova que a saúde privada nunca foi solução para nada. A única solução para a saúde da população é lutarmos pelo fortalecimento do SUS gratuito, universal e de qualidade, mas o governo não entende isto porque agora quer congelar os salários do funcionalismo por 18 meses”, criticou Sidney Castro, da direção do Sindsprev/RJ.