Com 264 casos confirmados de covid-19 até a última sexta-feira (24/4), segundo boletim divulgado pela Prefeitura de Niterói, o município registrou, no mesmo dia, mais um caso fatal da doença, totalizando 19 óbitos até o momento. Entre os profissionais de saúde, há um total de 641 casos notificados, sendo 419 profissionais de saúde moradores de Niterói e 222 de profissionais de saúde que não residem no município. Dos pacientes confirmados com a covid-19 em Niterói, 91 estão em isolamento domiciliar e 49 se encontram hospitalizados (15 dos quais em UTIs).
O município informou, também na sexta (24), que 105 pacientes estão recuperados.
Segundo o prefeito Rodrigo Neves, a partir desta terça-feira (28/4) será iniciado o programa de testagem massiva rápida em Niterói, através das unidades básicas e do programa Médicos de Família, com foco inicial nos profissionais de saúde e na população mais vulnerável ao contágio.
Reunião da CISTT discutiu testagem e evolução da covid-19
A preocupação com a evolução da pandemia da covid-19 no município foi a preocupação central da mais recente reunião da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora do Conselho Municipal de Saúde de Niterói (CISTT), realizada em 17 de abril, com participação do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), além de conselheiros representantes dos segmentos de profissionais, gestores e usuários.
Na reunião, os conselheiros solicitaram informações sobre a logística e as medidas tomadas para a preservação da saúde dos trabalhadores no município, especialmente com relação à liberação de profissionais de saúde acima de 60 anos nas unidades de saúde; a designação de 4 unidades de referência para triagem e atendimento (CPN-HMCT, UMAM, Largo da batalha e Engenhoca), assim como a ‘contraindicação’ para o atendimento a casos suspeitos em outras unidades; e a disponibilidade de kits para o atendimento nas 4 unidades de referência, assim como informações sobre onde serão realizadas as testagens diagnósticas (e por qual metodologia). Os conselheiros também perguntaram sobre a existência de algum procedimento da Vigilância em Saúde no que tange às licenças médicas de profissionais e se a testagem de profissionais será realizada nas unidades onde trabalham. Outra pergunta foi sobre como será realizada a testagem de profissionais de saúde residentes em outros municípios.
A reunião da CISTT também manifestou preocupação sobre como será realizado o atendimento de pacientes suspeitos de serem portadores de covid-19 nas unidades de Saúde da Família e Policlínicas.
A secretária-executiva do CMS-Niterói, Elena Lopes, comprometeu-se a encaminhar todas as respostas à CISTT, para que posteriormente sejam apresentadas ao pleno do Conselho Municipal de Saúde. Durante a reunião, a conselheira Ivone Suppo, que também é dirigente do Sindsprev/RJ e da Regional Niterói do sindicato, manifestou preocupação quanto à Portaria 094/2020, da Fundação Municipal de Saúde, que trata sobre o fluxo de testagem para covid-19 em profissionais de saúde. “Estamos preocupados com a definição de uma data para o início dessa testagem porque a testagem massiva é a melhor forma de se proceder a um mapeamento completo de evolução da covid-19, segundo orientação da própria Organização Mundial de Saúde (OMS). Queremos um levantamento da situação não somente dos profissionais de saúde, mas da população em geral”, explicou Ivone.
Treinamento para o manuseio de EPIs
Os conselheiros manifestaram ainda a preocupação com a situação dos profissionais terceirizados, muitos dos quais não recebem adequado treinamento para uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Nesse sentido, propuseram que o município promova a reciclagem na capacitação sobre o uso de EPIs para todos os profissionais — terceirizados ou não —, tendo em vista o fato de que a covid-19 vem exigindo maior rigor na prevenção de sua transmissibilidade.
Além do Sindsprev/RJ, a reunião da CISTT contou com a presença de representantes da Comissão de Vigilância em Saúde (COVIG), da Fundação Municipal de Saúde, do Sindicato dos Vigilantes de Niterói, Itaboraí e Maricá, da ASPLAN e da perícia médica.
O novo coronavírus já infectou 61.888 pessoas no Brasil, matando 4.205. Os números são de balanço do Ministério da Saúde divulgado neste domingo (26/4).
No balanço anterior, de sábado, eram 58.509 casos da doença e 4.016 mortes. A letalidade, ou seja, a quantidade de pessoas mortas em relação àquelas que pegaram a doença, é de 6,79%.
