O ‘Movimento Nenhum Serviço de Saúde a Menos (MNSM)’ está convocando pacientes e familiares de pacientes do Programa Estratégia Saúde da Família a pressionarem o prefeito Marcelo Crivella (PRB) no sentido de que suspenda as demissões de servidores iniciadas no último dia 15/1 como parte da ‘reestruturação’ do setor. Até o fechamento desta postagem, as demissões já tinham atingido cerca de 421 profissionais, a maioria agentes comunitários de saúde (ACS). Com a chamada ‘reestruturação’, a meta do prefeito é encerrar as atividades de 184 equipes de saúde da família e demitir até 1400 servidores, incluindo médicos, nutricionistas e psicólogos. Cada equipe básica de saúde da família é atualmente composta por quatro profissionais (médico, ACS, enfermeiro e técnico de enfermagem). No município do Rio, a proporção é uma equipe para cada 3 mil habitantes. No programa também há equipes multiprofissionais.
Em reação às demissões, médicos, técnicos de enfermagem, psicólogos e nutricionais das clínicas da família já estão em greve e a perspectiva é que os psicólogos também paralisem suas atividades na semana que vem. Os ACS encontram-se em ‘estado de greve’.
As demissões, segundo informe do ‘Movimento Nenhum Serviço de Saúde a Menos’, estão geograficamente distribuídas da seguinte forma, de acordo com as áreas programáticas (APs) nas quais se divide a saúde do Rio:
- AP 1.0 – (Benfica, Caju, Catumbi, Centro, Cidade Nova, Estácio, Gamboa, Mangueira, Paquetá, Rio Comprido, Santa Teresa, Santo Cristo, São Cristóvão, Saúde e Vasco da Gama), com 3 demissões;
- AP 2.1 – (Botafogo, Catete, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Glória, Humaitá, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon, Leme, Rocinha, São Conrado, Urca e Vidigal), com 36 demissões;
- AP 2.2 – (Alto da Boa Vista, Andaraí, Grajaú, Maracanã, Praça da Bandeira, Tijuca e Vila Isabel), com 40 demissões;
- AP 3.1 – (Bonsucesso, Brás de Pina, Complexo do Alemão, Cordovil, Ilha do Governador, Jardim América, Manguinhos, Maré, Olaria, Parada de Lucas, Penha Circular, Penha, Ramos e Vigário Geral), com 44 demissões;
- AP 3.2 – (Abolição, Água Santa, Cachambi, Del Castilho, Encantado, Engenho da Rainha, Engenho de Dentro, Engenho Novo, Higienópolis, Inhaúma, Jacaré, Jacarezinho, Lins de Vasconcelos, Maria da Graça, Méier, Piedade, Pilares, Riachuelo, Rocha, Sampaio, São Francisco Xavier, Todos os Santos e Tomás Coelho), 14 demissões;
- AP 3.3 – (Acari, Anchieta, Barros Filho, Bento Ribeiro, Campinho, Cascadura, Cavalcanti, Coelho Neto, Colégio, Costa Barros, Engenheiro Leal, Guadalupe, Honório Gurgel, Irajá, Madureira, Marechal Hermes, Oswaldo Cruz, Parque Anchieta, Parque Columbia, Pavuna, Quintino Bocaiuva, Ricardo de Albuquerque, Rocha Miranda, Turiaçu, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Vila Kosmos e Vista Alegre), com 70 demissões;
- AP 4.0 – (Barra da Tijuca, Camorim, Cidade de Deus, Grumari, Itanhangá, Jacarepaguá, Joá, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena), com 108 demissões;
- AP 5.1 – (Bangu, Campo dos Afonsos, Deodoro, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Padre Miguel, Realengo, Senador Camará e Vila Militar), com 74 demissões;
- AP 5.2 – (Barra de Guaratiba, Campo Grande, Cosmos, Guaratiba, Inhoaíba, Santíssimo, Senador Vasconcelos e Pedra de Guaratiba), com 32 demissões.
“O que o prefeito chama de ‘reestruturação’ é, na verdade, o desmonte e o fim do programa estratégia saúde da família no município do Rio. É a destruição desse programa. Se as demissões não forem revertidas, na prática vai ser impossível às equipes restantes atenderem um numero maior de habitantes”, critica Cíntia Teixeira, uma das coordenadoras do MNSM e representante da CSP (Central Sindical e Popular) Conlutas.
Desde seu início, o ‘Movimento Nenhum Serviço de Saúde a Menos’ tem contado com apoio de sindicatos da área da saúde, como Sindsprev/RJ, Sindicato dos Médicos, Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato dos ACS do Rio, Associação dos Musicoterapeutas, Associação de Médicos e Médicas de Família, Sindicato dos Psicólogos e CSP Conlutas. O MNSM possui uma página no Facebook, com informações atualizadas sobre as lutas dos servidores.
Além do desmonte e das demissões, servidores têm denunciado casos de perseguições e assédio moral praticado por gestores, que atacam o direito de organização nos locais de trabalho.
Desde o ano passado, os servidores da sáude municipal vêm se mobilizando contra os atrasos de salários e a redução de R$ 725 milhões do orçamento da saúde para 2019, com protestos em frente à Prefeitura.