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quinta-feira, maio 8, 2025
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Sindsprev/RJ promove protesto em defesa do Hospital Federal da Lagoa

A transição do Hospital Federal da Lagoa (HFL) para a Fiocruz gerou um grande descontentamento entre servidores e usuários. Com a decisão, a unidade hospitalar, referência em tratamento de alta complexidade, poderá ser extinta. A situação tem preocupado usuários e servidores. Os servidores protestaram contra o fatiamento da rede federal de saúde, pois temem a perda de direitos, a desvalorização profissional e a precarização de serviços. Diante disso, o Sindsprev/RJ promoveu um ato de protesto, nesta quarta-feira (7), seguido de um abraço ao Hospital, o que atraiu um número expressivo de usuários e servidores.

O ex-vereador Paulo Pinheiro considerou absurda a decisão do governo de extinguir parte do Hospital da Lagoa e, segundo ele, transformar outra parte em Hospital Materno-Infantil.

“A população será a mais atingida com essa decisão. O atendimento da unidade em oncologia e endocrinologia sempre foi de ponta. O Hospital da Lagoa não pode fechar. Tem que haver investimento e concurso público para o hospital continuar atendendo”, analisou.

Servidores e usuários do Hospital da Lagoa rejeitam a extinção da unidade. Foto: Mayara Alves.

Christiane Gerardo, diretora do Sindsprev/RJ, lembrou que, em um primeiro momento, o Hospital da Lagoa estava preservado do fatiamento da rede federal de Saúde, mas não foi o que aconteceu.

“O governo desrespeitou os conselhos municipal e federal e não realizou a escuta necessária dos usuários. No próximo dia 21, vamos chamar outra atividade que será ainda maior, unificando os servidores, os usuários, trazendo trabalhadores de outras unidades para que a gente consiga derrotar esse projeto. O projeto de fatiamento não é projeto que visa a ampliação, que garanta efetividade dos serviços públicos”, criticou a dirigente.

Maria Isabel Mariano, também dirigente do Sindsprev/RJ, ficou entusiasmada com o resultado da mobilização de usuários e servidores do Hospital Federal da Lagoa.

“A mobilização foi marcante. Fiquei muito feliz por acompanhar esse ato de hoje, com pessoas jovens, experientes, imbuída pelo objetivo de manter o hospital. Espero que mais pessoas compreendam a gravidade do que está acontecendo e a importância de estarem presentes nesse e em muitos atos que virão. Não será uma mobilização que vai reverter essa situação terrível que eles estão propondo”, alertou a dirigente.

Nova manifestação em defesa do Hospital da Lagoa acontecerá no próximo dia 21 de maio. Foto: Mayara Alves.

A dirigente Maria Aparecida Vaz chamou de nefasta a iniciativa do governo em fatiar a saúde federal do Rio de Janeiro. Ela ressaltou que o objetivo é acabar com o serviço público de qualidade que existe no estado.

“Prédio público é o que não falta no estado. Por que o Hospital da Lagoa? Vão acabar com uma unidade que funciona. Por isso, todos nós, independente da categoria, devemos nos unir mais do que nunca. Estamos vendo a necessidade de darmos a mão e abraçar a unidade e todas as outras unidades federais. As que foram entregues e as que estão em processo de entrega. Quem sofre com isso é o povo”, comentou.

A diretora do Sindsprev/RJ acrescentou que o Hospital da Lagoa é responsável por 60% de tratamento oncológico no estado.

“Para onde vai esse povo? Para onde vai a população carente que luta pelo pão e não pode pagar pelo tratamento de alta complexidade? Vão ter que vender suas casas, seus pertences que conquistaram com tanta dificuldade. Vamos lutar e nos unir. A hora é essa. Ainda dá para reverter esse quadro. Depende de nós”, enfatizou.

Maria Edileuza, presidente do Conselho Distrital da Lagoa, elogiou a mobilização contra a integração do Hospital da Lagoa à Fiocruz. Segundo a moradora da Rocinha, a unidade sempre atendeu bem a população. Ela lembrou que os moradores da região, como Rocinha, Vidigal, Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, serão os mais prejudicados.

“A maioria é carente. Não tem como pagar tratamento de doenças de alta complexidade. A Clínica da Família não dá conta. O atendimento do cuidado paliativo é o que está segurando o gargalo do hospital”, explicou.

Hospital da Lagoa tem que continuar como parte da rede federal de saúde. Foto: Mayara Alves.

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