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sexta-feira, abril 18, 2025
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Fenasps condena gestor do INSS por dizer ser depressão desculpa para não trabalhar

Em meio a uma reunião, na última quinta-feira (23/1), na qual os diretores da Federação Nacional (Fenasps) mais uma vez cobravam o estabelecimento de critérios para a compensação de horas da greve, o diretor de governança do INSS, Ismênio Bezerra, acusou os servidores do Instituto de inventar doença para não trabalhar. Em texto publicado em seu site, a federação detalha o contexto em que se deu o desrespeito que deve ser condenador por todos.

“Não satisfeitos em esquivarem-se da própria inoperância, alertados sobre o grau de angústia e ansiedade da categoria acerca de tantas indefinições e o modo draconiano com que as várias mudanças (a exemplo do PGD) vêm sendo impostas, inclusive causando depressão e transtornos em muitos trabalhadores (conforme já comprovado pelo estudo elaborado pela Fenasps – https://fenasps.org.br/2024/06/20/em-pesquisa-fenasps-comprova-alto-indice-de-adoecimento-dosas-servidoresas-do-inss-com-elementos-concretos-de-assedio-moral-institucionalizado/), o diretor Ismênio em suas argumentações afirmou categoricamente que: “Quem está com depressão é porque não quer trabalhar”.

Em nota, a Fenasps condena a afirmação irresponsável e desrespeitosa: “A fala lamentável do Diretor da DIGOV demonstra a hipocrisia e a perversidade da gestão do INSS, num momento em que nas próprias redes sociais do Presidente do INSS Alessandro Stefanutto, no dia 21/01, são divulgadas fotos de reunião tendo como foco a “saúde e qualidade” do servidor. Também recentemente, no e-mail institucional dos servidores, foi enviada uma mensagem sobre o “janeiro branco”, sobre conscientização relacionada ao adoecimento psíquico.

A contradição entre a fala deste gestor e estas iniciativas oficiais do Instituto confirmam a suspeita de que tudo não passa de demagogia. “Na prática, estas ações são apenas jogo de cena e aparências, quando no fundo a política real do INSS é aprofundar os ataques contra os trabalhadores, impor metas cada vez mais escorchantes e acabar com qualquer limite da exploração usando o PGD para isso”, denuncia a Fenasps em nota.

A federação acrescenta que na reunião, a gestão do INSS, da qual o diretor Ismênio faz parte, demonstrou claramente sua visão sobre os servidores do instituto: “Não há qualquer respeito ou política de melhoria das condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores, apenas a lógica de responsabilização dos servidores pelo caos estrutural. Esta é a visão do INSS, alinhada com a contrarreforma administrativa que vem sendo implementada paulatinamente, reforma essa que trata o servidor como peça descartável na maquinaria do estado”.

Na nota publicada em seu site a Fenasps adianta que vai tomar medica contra este tipo de comportamento, a começar por solicitar o vídeo da reunião e notificar o PDT, sua bancada, bem como o ministro da Previdência, Carlos Lupi, e outras instâncias. E avisa: “Não aceitaremos esse tipo de tratamento com tal grau de discriminação, preconceito e falta de empatia. Exigimos a renúncia e o desligamento imediato de agentes públicos com esse tipo de discernimento e posição frente a debates tão relevantes e essenciais, não só para os servidores, mas para a continuidade de uma política que se construa com eficiência e compromisso, sem com isso desumanizar as relações seja com os trabalhadores do instituto, seja com o cidadão brasileiro”.

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