O Ministério Público do Trabalho (MPT) promove hoje (3/12), a partir das 14h, na Procuradoria-Geral do Trabalho (PGT), em Brasília, um seminário para debater questões relacionadas ao uso de agrotóxicos no país. A data de hoje foi escolhida por ser o Dia Mundial de Luta Contra os Agrotóxicos, alusão ao acidente ocorrido em uma fábrica de Agrotóxicos em Bhopal, Índia (1983), que resultou na morte de milhares de pessoas.

O objetivo é expandir e aprimorar a atuação das instâncias, instituições e órgãos parceiros no combate aos impactos dos agrotóxicos. Previsto para acontecer no auditório do 2° andar da PGT (SAUN Quadra 5, Lote C, Torre A), o seminário será transmitido pelo canal do Ministério Público do Trabalho no Youtube, disponível no link abaixo:

Dia Mundial de Luta contra os Agrotóxicos

No último dia 25 de novembro, segundo denúncia de Txai Suruí – coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia -, parlamentares ligados ao agronegócio promoveram audiência na Câmara dos Deputados com o objetivo de defender o uso de agrotóxicos à base de tiametoxam, altamente nocivos a insetos como as abelhas. No Brasil, esses insetos são as principais polinizadoras, responsáveis por cerca de 50% das espécies de plantas.

Alguns dos agrotóxicos defendidos pela bancada parlamentar do agronegócio já foram banidos da União Europeia, por serem prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Segundo Txai Suruí, quase 70% dos pesticidas utilizados atualmente podem causar câncer, além de já terem matado mais de meio bilhão de abelhas. Outra denúncia feita pela coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé é de que, até agosto deste ano, as empresas produtoras de agrotóxicos foram beneficiadas por isenções de impostos superiores a R$ 21 bilhões de reais.