Servidores do INSS decidiram em assembleia virtual, nesta quinta-feira (7/11), formalizar o retorno ao trabalho a partir desta sexta-feira (8/11), após 114 dias em greve. A categoria e o Sindsprev-RJ acordaram de manter o estado de greve e marcar uma reunião do Comando de Greve para semana que vem, a fim de analisar e fazer um balanço da paralisação. Vale destacar que, no retorno ao trabalho, qualquer ato de perseguição ou algo que possa demonstrar assédio, em razão da greve, contra os servidores, deve ser comunicado imediatamente ao Comando de Greve.
Os servidores pretendem agendar um seminário Setorial do INSS para analisar a greve e os próximos passos, no sentido de construir e estruturar a categoria para o período seguinte.
No Termo de Acordo de Greve celebrado nesta quinta-feira (7/11), entre governo e entidades sindicais, ficou decidido que os servidores não terão descontos no salário no período entre 30 de setembro e 7 de novembro de 2024, sendo acordado o retorno ao trabalho nesta sexta-feira (8/11). Os valores descontados referentes ao dia 30 de setembro, por motivo de greve, serão devolvidos até o fechamento da folha de pagamento de novembro/2024. E mais: todos os servidores que estiveram em greve no período de 10 de julho a 7 de novembro de 2024 deverão observar as diretrizes constantes da Portaria Conjunta DGP/PRES/INSS nº 52, de 9 de setembro de 2024, para fins de compensação.
Carlos Vinícius Lopes, ex-dirigente do Sindsprev-RJ, ressaltou que a concordância pelo acordo será formalizada. “Foi uma greve vitoriosa. Greve difícil, muitas fragilidades. Com qualidade, muitos se dedicaram. Aposentados presentes. Retornamos ao trabalho amanhã 08/11, mas em estado de greve. O Comando de Greve vai continuar e marcar para a próxima semana a manutenção do estado de greve”, adiantou.
As principais reivindicações da categoria estão ligadas à mudança de nível de escolaridade a ser exigido para ingresso no cargo de técnico do seguro social. Hoje, pede-se o ensino médio, mas os servidores querem que seja nível superior.
O acordo de greve garante aos servidores reajustes em 2025 e 2026, além de reestruturação da carreira, que passará de 17 para 20 níveis.
Os servidores do INSS, assim como todo o funcionalismo público, tiveram reajuste de 9% em 2023, logo após o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois de terem passado cerca de cinco anos sem aumento salarial.
O INSS tem quase 19 mil servidores em todo o país, mas chegou a ter 25 mil em 2015. São 15 mil técnicos responsáveis por quase todos os serviços do órgão e 4.000 analistas.
