A pressão da greve dos servidores do INSS fez com que o governo concordasse com a intermediação do ministro da Previdência, Carlos Lupi, e do presidente do INSS, para a apresentação de uma proposta que abrisse a possibilidade de um acordo. Tanto Lupi, quanto Alessandro Stefanuto, presidente do INSS, mantiveram conversações com o Comando Nacional de Greve, na terça-feira (27/8), e nova reunião nesta quarta.
O CNG insistiu na cobrança do respeito ao acordo de greve de 2022, com o que o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) não concorda, mas que o ministro da Previdência se comprometeu a insistir junto a Esther Dweck, titular do MGI. O governo Lula enfrenta o desgaste de uma greve nacional de mais de 40 dias, vendo a imagem do presidente se desgastar, não só pela denúncia de intransigência nas negociações – insistindo na mesma proposta rebaixada e inaceitável, sobretudo se recusando a fazer o mínimo, que é respeitar um acordo assinado pelo governo federal –, mas pela negativa em investir na melhoria das condições de trabalho e atendimento e realização de concurso.
Uma proposta de acordo, ainda não formalizada, está sendo costurada entre os dois ministérios (MPS e MGI). O principal foco seria a implementação dos itens do acordo relativos a considerar a carreira do seguro social como típica de Estado, portanto, finalística, e a exigir o curso superior para os técnicos. Outro ponto que se está tentando costurar seria a melhora da proposta econômica, que passasse pelo aumento do valor do vencimento básico, não se sabe se exatamente como está previsto no acordo de greve, com a incorporação da GDASS ao VB.
A greve nacional está forte e se mantém. O CNG está esperando a apresentação de uma proposta formal, oficial, por parte do MGI. Dependendo do seu teor, se trouxer avanços significativos, será submetida a assembleias nos estados.