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quinta-feira, setembro 19, 2024
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Vizinhos de Nísia na Lagoa agora sabem que ministra é contra o SUS

Para desmentir Nísia Trindade, que repete que vai fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), os servidores da rede de hospitais federais foram em passeata do Hospital de Ipanema até a residência da ministra da Saúde, na Rua Gastão Bahiana, entre a Lagoa e Copacabana, nesta quinta-feira (22/8). “A ministra vem cortando a verba dos seis hospitais federais, para dizer que funcionam mal, a fim de dividir e terceirizar a rede, entregando cada unidade e seu respectivo orçamento, nas mãos do prefeito do Rio, Eduardo Paes, do Grupo Hospitalar Conceição, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e da Fundação Oswaldo Cruz, para depois privatizar. Este é o mais duro ataque ao SUS público já implementado por um ministro da Saúde em toda a história do Brasil”, afirmou a diretora do Sindsprev/RJ, Christiane Gerardo, num discurso no carro de som, em frente à residência da ministra.

Manifestação ocupa a Rua Prudente de Moraes, em Ipanema, na altura da Praça General Osório. Foto: Mayara Alves.

Durante a passeata e no ato público em frente ao prédio de Nísia, os servidores denunciaram aos moradores de Ipanema e Lagoa, que o plano de fatiamento beneficia, entre outros, o prefeito Eduardo Paes. Fruto de um acordo entre Lula e Paes, o projeto que Nísia tenta impor, prevê a transferência de dois gigantes federais, o Hospital do Andaraí e o Cardoso Fontes, com orçamento estimado em R$ 400 milhões, para a Prefeitura do Rio.

“Nísia mente ao falar que seu objetivo é melhorar a gestão ao abrir mão de administrar estes hospitais, já que, no caso específico da municipalização é preciso lembrar que a Prefeitura não tem competência para administrar bem nem sua rede própria, que foi privatizada, entregue às chamadas organizações sociais e está em uma situação caótica, o que fará de posse destes hospitais federais?”, questionou a dirigente. Argumentou que a segunda parte do projeto é deixar com que a Prefeitura privatize as unidades, entregando-as a OS, como fez com a sua rede de saúde.

Profissonais da saúde lutam de cabeça erguida contra ataque do governo Lula ao SUS. Foto: Mayara Alves.

Orçamento de mais de R$ 1 bilhão – Os servidores ressaltaram que por trás do falso discurso de Nísia de melhoria da gestão está a transferência de um orçamento de mais de R$ 1 bilhão para as mãos de terceiros. “Nísia não se importa se isso vai causar a piora do atendimento à população. O acordo Lula-Paes prevê a transferência para a Prefeitura do Rio – endividada, e que vem pedindo empréstimo, segundos jornais, de R$ 950 milhões aos bancos – de mais de R$ 400 milhões do orçamento do Andaraí e Cardoso Fontes”, denunciou Christiane.

Frisou que o objetivo é transferir a verba milionária voltada para consultas, cirurgias e outros tratamentos de alta complexidade para a atenção básica da rede municipal. Lembrou que esta medida vai deixar estes hospitais com atendimento ainda mais precário.

Manifestração denunciou a extinção do Hospital dos Servidores, cuja estrutura será entregue à Ebserh. Foto: Mayara Alves.

Fatiando o SUS – O plano de fatiamento prevê, sem nenhuma justificativa técnica, a transferência, ainda, do Hospital Federal de Bonsucesso para o Grupo Hospitalar Conceição; o da Lagoa para as mãos da Fundação Oswaldo Cruz, que já foi presidida por Nísia; o Hospital dos Servidores seria extinto e sua estrutura passaria para o Hospital Univesitário Gafrée e Guinle, que já é gerido pela Ebserh. O destino do Hospital de Ipanema é ainda incerto.

O manifestante mirim Pedro, com sua mãe, a servidora Elisabeth. Foto: Mayara Alves.

Os servidores acrescentaram em discursos no carro de som pelas ruas de Ipanema, que mesmo com cortes no orçamento e déficit crescente pessoal, a rede federal realizou em 2023, segundo relatório produzido pelo próprio Ministério da Saúde, através do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), 815 mil cirurgias e 45 mil consultas. “Mas a ministra, que mora tão perto do Hospital de Ipanema, mas nunca colocou os pés lá, para verificar como funciona, finge não saber que as unidades de alta complexidade dão conta do recado mesmo com o corte de verbas que ela determinou que fosse feito”, afirmaram durante a manifestação.

Na concentração para a passeata, no Hospital de Ipanema., Christiane lembra que Nisia nunca pôs os pés na unidade. Foto: Mayara Alves.

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