Reunido com representantes da Fenasps (federação nacional) na noite desta quarta-feira (24/7), em Brasília, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, comprometeu-se a intervir, junto ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), no sentido de viabilizar a continuidade das negociações da greve dos servidores da autarquia. Nos limites de sua autonomia administrativa, o presidente do INSS também prometeu viabilizar, já na próxima semana, a discussão de questões relacionadas a condições de trabalho e outros temas que não impliquem dispêndio financeiro, uma vez que o MGI atualmente centraliza todas as negociações de pautas econômicas no âmbito do serviço público federal.
Questionado sobre a iniciativa do INSS no sentido de judicializar a greve junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), Stefanutto respondeu que esta foi “uma decisão de governo”. No momento, a assessoria jurídica da Fenasps analisa o processo movido pela direção do INSS visando judicializar e criminalizar a greve dos servidores. O objetivo é preparar uma defesa o mais sólida possível.
De sua parte, a Fenasps reafirmou a Stefanutto a situação insustentável em que atualmente se encontram o INSS e seus trabalhadores, a cada dia mais sobrecarregados e sujeitos a um desumano modelo de gestão na autarquia. Modelo produtivista e baseado em metas cada vez mais inexequíveis, acarretando graves prejuízos e restrições de direitos a milhões de segurados de todo o país.
É fundamental fortalecer ainda mais a greve no INSS
Para a Fenasps e sindicatos filiados, é fundamental e decisivo fortalecer ainda mais a greve nacional dos servidores, que já acontece em 23 estados mais o Distrito Federal – veja quadro ao final.
Infelizmente, a mesma pressa demonstrada pelo governo Lula (PT) e pela direção do INSS no sentido de judicializar a greve da categoria não é a mesma pressa na hora de buscar efetivas soluções para os gravíssimos problemas da autarquia, onde mais de 1.500 Agências da Previdência Social (APS) estão sucateadas e em precárias condições de funcionamento.
Em vez de abrir negociação para atender à pauta da categoria, o governo Lula (PT) não cumpre o acordo da greve de 2022, não realiza concurso público e não valoriza os trabalhadores do INSS, aplicando assim a mesma política neoliberal praticada pelos governos Temer (PMDB) e Bolsonaro (PL).
Comando de Greve do Rio continua visitas a gerências e APS
Reunido na noite desta quarta (24/7), por meios virtuais, o Comando de Greve do INSS no Rio apresentou um resumo das atividades de mobilização que vêm sendo realizadas desde a semana passada. Entre outros pontos, foram apresentados informes sobre visitações à Gerência Executiva Centro do Rio e às APS de Bairro de Fátima (Niterói), Barra do Piraí, Volta Redonda, Resende, Belford Roxo, Nova Iguaçu, Maricá, Cordeiro (Nova Friburgo) e Bom Jardim (Nova Friburgo). Para hoje (25/7) estão previstas visitas às APS de Queimados e Japeri. Na sexta-feira (26/7) será a vez da APS São Gonçalo.
Em todas as visitações, o Comando de Greve conversa com os servidores no sentido de viabilizar a greve onde isto já seja possível. Nas conversas também são distribuídos materiais impressos, como cartazes, adesivos e uma carta aos segurados do INSS, explicando as razões que motivaram a greve nacional iniciada no último dia 16 de abril.
Para o Comando de Greve do Rio, tão importante quanto realizar a greve concretamente é a visibilidade da paralisação junto à sociedade.