Servidores da rede federal do Rio fazem ato unificado na próxima terça-feira (23/7), a partir das 10h, no Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF), em Jacarepaguá. A realização do ato unificado foi aprovada por assembleia dos servidores do Cardoso Fontes realizada na manhã desta quarta-feira (17/7).
A escolha do Hospital Cardoso Fontes como espaço para o próximo ato unificado da rede federal justifica-se porque, na última terça-feira (16/7), o deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ), o secretário municipal de saúde do Rio, Daniel Soranz, e o prefeito Eduardo Paes (PSD) reuniram-se em Brasília com a ministra Nísia Trindade (Saúde) e com o ministro das relações institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha. Na ocasião, a prefeitura manifestou a intenção de também se apossar do Cardoso Fontes, a exemplo do que já ocorre com o Hospital Federal do Andaraí.
“Nós servidores da casa estamos profundamente decepcionados com a ministra Nísia e o governo Lula. Não é verdade que a rede federal seja improdutiva. A atual crise foi forjada para entregar a rede federal a organizações sociais. Hoje vivemos uma crise de desabastecimento, uma crise que surge a partir de uma narrativa que busca justificar para a sociedade a entrega de hospitais federais ao município do Rio de Janeiro, onde as unidades têm déficit crônico de profissionais, de materiais e uma assistência de péssima qualidade. Certamente a municipalização da rede federal não será a solução para a crise pela qual passamos. Aqui no Cardoso Fontes tivemos cinco diretores em pouco tempo, e isto mostra ser impossível constituir uma normalidade de gestão se a cada 2 meses o Ministério da Saúde troca os gestores dos hospitais”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.
A assembleia desta quarta-feira (17), no Cardoso Fontes, contou com a presença e apoio do vereador Paulo Pinheiro (PSOL), presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio.
Esta semana o Sindsprev/RJ ingressou com representações junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para denunciar as ilegalidades contidas na Portaria nº 4.847, editada pela ministra Nísia, que transfere a gestão do Hospital Federal do Andaraí ao município do Rio de Janeiro. Nas representações, o Sindsprev/RJ destaca que a referida Portaria viola dispositivos das legislações eleitoral e orçamentária do Estado brasileiro, devendo portanto ser anulada.