Servidores do Hospital Federal do Andaraí (HFA) protestaram, na manhã desta segunda-feira (15/7), contra o corte de salários efetuado pela direção-geral da unidade sobre os proventos de 143 trabalhadores que participam da greve da rede federal. Os cortes atingiram o vencimento básico, o auxílio-refeição e o auxílio-transporte, o que gerou forte indignação entre os trabalhadores. “Em 29 de junho deste ano, a Justiça Federal do Rio de Janeiro negou pedido do governo Lula (PT) de decretar a ilegalidade da nossa greve. Portanto, nem o Ministério da Saúde nem qualquer unidade hospitalar podem efetuar corte de ponto. A única coisa que podem fazer é aplicar o código de greve. Uma greve que acontece devido às ilegalidades cometidas pelo próprio governo, que nos mantém em desvio de função, não nos paga a insalubridade em grau máximo e não cumpre o acordo do ano passado”, explicou Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ.

Coordenador de RH promete reverter descontos nos salários

Cerca de 1h30 após o início da manifestação, que começara às 8h30 da manhã, uma comissão de servidores e dirigentes do Sindsprev/RJ foi recebida por Alan Barreto, diretor-administrativo do Hospital Federal do Andaraí. Após ser informado da ilegalidade dos descontos efetuados nos salários dos servidores, Barreto confirmou que a orientação do Ministério da Saúde é de apenas aplicar o código de greve. No entanto, afirmou que a determinação de lançar os descontos partiu do setor de recursos humanos (RH) do Hospital.

Em virtude desta resposta, os representantes do Sindsprev/RJ e dos servidores solicitaram a imediata presença do coordenador de RH, Guilherme da Costa Figueiredo. Como resposta às indagações do sindicato e dos trabalhadores, ele admitiu ter lançado os descontos nos contracheques, mas tentou responsabilizar o Ministério da Saúde pela medida, ao afirmar que, na última sexta-feira (12/7), teria recebido “nova orientação” de Brasília, sem contudo entrar em detalhes. Pressionado pelos trabalhadores e pelo Sindsprev/RJ, Guilherme então prometeu que todos os descontos seriam revertidos o mais rapidamente possível. Até as 13h desta segunda-feira (15/7), metade dos descontos já haviam sido anulados, o que é uma vitória da mobilização. No entanto, a preocupação do Sindsprev/RJ permanece porque esta segunda-feira (15/7) é o último dia para modificação das prévias dos contracheques. “Mês passado tivemos problema semelhante de descontos indevidos que foram aplicados nos salários dos servidores do Hospital Federal da Lagoa. Na ocasião, os descontos foram revertidos na mesma hora, após o Sindsprev/RJ e os trabalhadores daquela unidade exigirem uma solução da direção-geral. No Andaraí não pode ser diferente”, lembrou Cristiane Gerardo.

Nesta terça (16/7), todos à reunião do CMS-RJ

Nesta terça-feira (16/7), servidores da rede federal em greve e dirigentes do Sindsprev/RJ participam da reunião extraordinária do Conselho Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (CMS-RJ) que vai debater a situação caótica da rede federal e a tentativa de municipalização do Hospital do Andaraí. A reunião vai acontecer das 14 às 17h, na Praça Floriano, nº 51 – 8º andar – auditório – Cinelândia. Ao meio-dia, na sede do Sindsprev/RJ (rua Joaquim Silva, 98 – Lapa), os servidores vão se concentrar para em seguida caminharem (em passeata) até o local onde será realizada a sessão extraordinária do CMS-RJ.

Na quinta-feira (18/7), a partir das 9h, será a vez de novo ato unificado em frente ao prédio do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), na rua México, 128 – Centro. Durante a manifestação, os servidores também vão participar de um evento de acolhimento organizado pelo DGH.