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quinta-feira, setembro 19, 2024
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Fenasps: plenária nacional vai decidir sobre proposta do governo para saúde e previdência

A Federação Nacional (Fenasps) decidiu não participar, nesta segunda-feira (17/6), da cerimônia de assinatura do acordo salarial para a carreira da saúde, trabalho e previdência social. Em ofício enviado ao Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público (MGI), a entidade informou que a decisão sobre a proposta salarial do governo será tomada no encontro nacional da seguridade social, a ser realizado no dia 29 de junho, um sábado, em Brasília, e pela plenária conjunta dos servidores da seguridade e do seguro social (INSS), no domingo, dia 30.

A Fenasps explicou que o governo garantiu que a assinatura poderá ser feita após a Plenária Nacional, caso a proposta seja aprovada. “Outra razão relevante que a Fenasps ponderou para não assinar nesta segunda, 17 de junho, foi que o governo fez um reposicionamento dos servidores nos padrões e classes com percentuais de steps para 2026, e, com isso, a Fenasps percebeu a possibilidade de aumentar os índices aplicados nos steps, elaborando uma contraproposta protocolada via ofício na última sexta-feira, 14 de junho”, diz o documento.

Os diretores do Sindsprev/RJ, Sidney Castro e Christiane Gerardo, lembraram que a saúde federal do Rio de Janeiro, em greve desde 15 de maio, tem extensa pauta específica, e que em relação à proposta salarial apresentada em mesa nacional pelo MGI, a categoria é contra. “O Rio de Janeiro já rejeitou, em várias assembleias da saúde federal, a proposta rebaixada do governo de reajuste zero este ano, com correção apenas no auxílio-alimentação, creche e no per capta da saúde, que atende a uma quantidade muito pequena de servidores e deixa de fora aposentados e pensionistas, e reajuste salarial de 9% somente em 2025 e de 5% em 2026, frisou Sidney.

Acrescentou que outros estados têm a mesma posição, o que levou a federação a, acertadamente, tomar a decisão na plenária nacional. Christiane disse que mão tem sentido a aceitação desta proposta rebaixada que nem de longe recompõe as perdas salariais decorrentes da inflação, em torno de 50%. “Isto mostra que o governo não prioriza setores sociais importantes como a saúde, tendo feito proposta de reajuste este ano para segmentos das forças de segurança (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Penitenciária), que tiveram perdas muitos menores do que a nossa”, lembrou.

Steps – A federação argumenta que embora o governo afirme que não há possibilidade orçamentária de alterar a proposta de reajuste salarial (9% em janeiro de 2025 e 5% em maio de 2026), no entanto abre a possibilidade de serem alterados os steps, que é a diferença entre as classes e os padrões dentro da tabela salarial, neste caso, da carreira da previdência, saúde e trabalho.

A federação acrescenta que, além disso, reivindicou ao MGI que o limite mínimo de pagamento da GDPST (gratificação de desempenho) passe a corresponder a 70 pontos – atualmente são 50 pontos – e a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para discutir a proposta de reestruturação da carreira da PST encaminhada como pauta em 2023.

Pauta específica do Rio de Janeiro – Em greve desde 15 de maio, a saúde federal tem uma pauta específica. Entre outros itens, cobra o cancelamento do plano do governo de desmembrar e entregar as unidades em separado ao governo do estado, à Prefeitura do Rio, à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), e aos grupos privados Hospital Nossa Senhora da Conceição e Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A greve é também em defesa do SUS público e de qualidade; pela transferência da categoria para a carreira da Ciência e Tecnologia; pelo fim do desmonte da rede; pela previsão de verbas no Orçamento da União que melhorem as condições de trabalho e de atendimento à população; concurso público; contra o reajuste zero e pela reposição salarial este ano; e o cumprimento do acordo de greve de 2023.

Greve da saúde federal, além de ser contra o reajuste zero, tem reivindicações específicas. Passeata pelo Centro da Cidade, nesta segunda-feira (17/6). Foto: Mayara Alves.

Reunião com o DGH – O Sindsprev/RJ está à frente da greve e reuniu, juntamente com o comando de greve, nesta segunda-feira (17/6), com a coordenadora do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), Teresa Navarro. Não houve avanço, sendo que a gestora negou a privatização dos hospitais.

Durante o encontro Christiane frisou que a saúde é a única carreira sem adicional de qualificação e uma das piores remunerações do serviço público federal. “Por isso lutamos pela inclusão na carreira da Ciência e Tecnologia, como também lutamos contra o cenário de penúria das unidades de saúde e contra a privatização e o fatiamento da rede. A verdade é que, apesar de nossa expertise no atendimento à população e de nossa dedicação à saúde pública, nós servidores não nos sentimos valorizados pelo atual governo. Um governo que não abre efetivos canais de negociação”, disse ao DGH.

Saúde faz enterro simbólico do plano do governo de municipalizar e privatizar hospitais. Foto: Mayara Alves.

Nova negociação – Como encaminhamentos gerais da reunião, foi acordada a realização de nova mesa de negociação no próximo dia 25 de junho, a partir das 12 horas, no DGH. Entre os dias 18 e 21/6, uma delegação do Sindsprev/RJ e de servidores da rede federal estará em Brasília para, com apoio de parlamentares, construir articulações visando uma efetiva negociação com o governo em torno da pauta da greve.

Na próxima segunda-feira (24/6), a partir das 10 horas, no auditório do HFSE, acontecerá uma audiência pública com presença do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). O tema será a situação caótica dos hospitais federais e a luta contra a privatização e fatiamento da rede. No dia 26/6 será a vez de ato unificado no Hospital Federal da Lagoa, a partir das 10h, com passeata em direção ao Hospital de Ipanema.

Teresa Navarro (à esquerda) nega privatização em negociação nesta segunda-feira, com o Comando de Greve e o Sindsprev/RJ. Foto: Mayara Alves.

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