26 C
Rio de Janeiro
quinta-feira, novembro 21, 2024
spot_img

Servidores do Cardoso Fontes expulsam dirigentes pelegos de sindicatos. Ato unificado hoje (6/6), no HFB

Profissionais do Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, expulsaram da unidade, nesta terça-feira (4/6), dirigentes dos sindicatos dos enfermeiros e dos técnicos e auxiliares de enfermagem que, desta forma, fracassaram na tentativa de aprovar uma proposta rebaixada do governo feita na negociação nacional e de pôr fim à greve iniciada em 15 de maio. Revoltados com a traição destes sindicalistas governistas, os servidores impediram a realização da assembleia e exigiram a saída imediata dos mesmos do hospital.

Christiane Gerardo, diretora do Sindsprev/RJ, condenou a ação destes dirigentes. Frisou que tentam boicotar a luta legítima dos profissionais da rede federal em greve contra o fatiamento e privatização do complexo hospitalar, o reajuste zero e demais propostas específicas rebaixadas feitas pelo governo na mesa nacional de negociação da saúde, em Brasília.

Greve – “A atitude destes dirigentes pelegos é um absurdo. Primeiro que nunca tiveram qualquer participação na organização das lutas da saúde federal; por isto mesmo, a categoria não os reconhece como seus representantes. Isto ficou bem nítido quando os servidores disseram que quem os representa é o Sindsprev/RJ”, lembrou Christiane. A decisão dos profissionais mostra a disposição de se manter em greve para arrancar o atendimento das suas reivindicações.

A dirigente ressaltou que não se justifica a tentativa de realizar uma assembleia para analisar uma suposta contraproposta do governo. Frisou que a proposta de modificação na carreira, que está na mesa de negociação setorial, foi encaminhada pelo Ministério da Gestão e Inovação com erro, fato já reconhecido pelas entidades nacionais e comunicado ao MGI.

Manipulação – “Se a proposta não está com a tabela correta, na verdade, não tem proposta para a categoria analisar e decidir sobre ela. Até porque as entidades nacionais, no processo negocial, esperam o acerto do que foi apresentado pelo MGI. Somente depois de serem feitas as correções e chegar oficialmente às entidades nacionais, é que ela pode ser analisada pela categoria, que vai decidir se aceita, ou não”, argumentou Christiane.

Acrescentou que se o orçamento fecha em dezembro, e que o que está posto para 2024 é zero por cento de reajuste, porque esta pressa em aprovar uma tabela errada? “A única explicação é querer induzir os servidores que estão em situação difícil devido à perda do poder de compra dos seus salários e lutam pela reposição das perdas, de quase 50%, a aceitarem uma proposta que não apenas é rebaixada como está errada”, afirmou.

Assembleia-geral rejeita proposta com erro – A proposta do governo acena somente com um suposto reajuste de 1% nos níveis de progressão da carreira da seguridade, índice que na verdade seria de míseros 0,25% numa tabela cheia de erros, passando a falsa ideia de que a categoria estaria subindo de 17 para 20 níveis, quando sempre houve 20 níveis. “O objetivo dessas manobras é induzir os trabalhadores da rede federal ao erro, e por isso temos de fortalecer ainda mais a nossa greve, pois as nossas pautas específicas ainda não foram consideradas pelo governo”, analisa Christiane.

Para evitar qualquer nova forma de manipulação, em assembleia virtual, feita na noite desta terça-feira, os profissionais da rede federal rejeitaram por unanimidade a proposta errada feita pelo governo e encaminhada pelas entidades sindicais pelegas. Também estão sendo feitas assembleias nas unidades, com o mesmo objetivo.

Na manhã desta quarta-feira (5/6) foi rejeitada em assembleia dos profissionais do Hospital Federal do Andaraí e no Hospital Federal dos Servidores (HFSE).

Greve se fortalece – A contrário do que pretendiam os dirigentes dos sindicatos pelegos, a greve não apenas se mantém, como se fortalece. A exemplo dos piquetes de esclarecimento que vêm ocorrendo nas demais unidades da rede federal, o do Cardoso Fontes estabeleceu triagem do atendimento e diálogo com os pacientes visando explicar as justas razões da paralisação.

Entre as principais reivindicações estão o fim do sucateamento das unidades federais de saúde; transferência dos servidores para a carreira da Ciência e Tecnologia; cumprimento do acordo de greve de 2023; pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem em valores integrais; prorrogação de todos os Contratos Temporários da União (CTUs) até a realização de concurso público; e reajuste linear em índice que recomponha o efetivo poder de compra dos salários.

Ato conjunto nesta quinta-feira em Bosucesso – Os servidores em greve farão, nesta quinta-feira (6/6), um ato unificado da rede federal do Rio. A manifestação acontecerá em frente à entrada principal do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), a partir das 9 horas.

Sidney Castro, diretor do Sindsprev/RJ, lembrou que o atual governo já demonstrou não ter o menor compromisso com a manutenção de uma saúde pública, gratuita, universal e de qualidade para toda a população. “É um governo que aposta em terceirizações e pretende fatiar a rede federal, o que é inaceitável. Por isso é tão importante e decisivo fortalecermos a greve”, afirmou. O Sindsprev/RJ orienta os servidores a procurarem membros dos comandos de greve em cada hospital ou instituto federal, caso sejam pressionados por gestores a não aderirem à paralisação.

NOticias Relacionadas

- Advertisement -spot_img

Noticias