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quinta-feira, setembro 19, 2024
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Atos no Andaraí e DGH obrigam governo a suspender GT com sindicatos pelegos e chamar negociação de greve

Servidores em greve na rede federal fizeram, nesta terça-feira (28/5), ato unificado em frente ao Hospital do Andaraí e uma ocupação com piquete no hall de entrada do prédio do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), na rua México 128 – Centro. Como resultado das duas mobilizações, o Ministério da Saúde foi obrigado a suspender a reunião de um suposto Grupo de Trabalho (GT), que seria realizado na parte da tarde, no mesmo DGH. Do GT participariam entidades sindicais pelegas que são contrárias à greve e portanto não possuem nenhuma legitimidade ou autoridade para falar em nome dos trabalhadores da rede federal.

Após a manifestação no DGH, os servidores aprovaram a realização de novo ato unificado da rede federal na próxima terça-feira (4/6), a partir das 11h, em frente ao Hospital de Bonsucesso (HFB).

“Só fala em nome da greve quem está em greve”

“Só fala em nome da nossa greve quem está em greve e quem organiza a greve, como o Sindsprev/RJ. Com a suspensão do tal GT dos hospitais federais, o Ministério da Gestão e Inovação [MGI] foi acionado em Brasília para agendar uma mesa de negociação das reivindicações da nossa greve, que está forte e continuará por tempo indeterminado. O governo tentou uma grande farsa ao chamar o GT dos hospitais federais, tentando legitimar entidades sindicais que concordaram com a proposta de reajuste zero. Fazer GT durante uma greve é absurdo. Durante uma greve tem é que acontecer negociação de greve”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ, no hall de entrada do DGH.

Servidores manifestaram indignação com tentativa do governo de dar voz a sindicatos pelegos. Foto: Mayara Alves.

“Nós estamos e continuaremos em greve até que o governo federal apresente um posicionamento concreto sobre nossas reivindicações. Convivemos com situações absurdas em toda a rede federal, onde faltam materiais, insumos e medicamentos básicos. Não vamos permitir que a Ebserh entre nas unidades federais, que o Grupo Hospitalar Conceição assuma a gestão, que fatiem ou privatizem a rede federal. No Hospital de Bonsucesso, o setor de oncologia foi fechado. Fora privatização, fora Ebserh. A greve continua. Juntos somos fortes”, frisou Sidney Castro, também membro da direção do Sindsprev/RJ.

Ato no Hospital Federal do Andaraí

Na parte da manhã, foi bastante participativo o ato unificado da rede federal em frente ao Hospital do Andaraí, onde servidores e usuários revezaram-se no carro de som para tecer duras críticas ao abandono de hospitais e institutos geridos pelo Ministério da Saúde no Rio. “Não queremos que as unidades da rede federal sejam cedidas ao estado ou ao município. Cerca de noventa por cento das unidades estadualizadas e municipalizadas foram fechadas ou descaracterizadas, como aconteceu com o Hospital da Piedade, onde a unidade foi reduzida à Estratégia Saúde da Família”, afirmou Maria Celina de Oliveira, dirigente do sindicato.

Pela manhã, ato unificado no Hospital do Andaraí reafirmou críticas ao descaso do governo Lula (PT) com a rede federal. Foto: Mayara Alves.

Servidora do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Marta Meireles reforçou as críticas. “Vivemos uma situação de dramática perda salarial e de crescente dependência dos Adicionais por Plantão Hospitalar (APH), que já representam a maior parte da remuneração e não são levados para a aposentadoria, como acontece com muitas gratificações. O governo já manifestou a intenção de entregar a gestão da rede para organizações sociais, Fiotec, Grupo Hospitalar Conceição e Ebserh. A greve está forte, mas precisa ser estendida aos institutos”.

Também presente, a ex-senadora Heloísa Helena manifestou solidariedade e apoio aos trabalhadores da rede federal. “Já encontrei mulheres e homens que dedicaram toda a vida em defesa do SUS, do setor público e pela modificação da legislação. A defesa do SUS é uma obrigação de qualquer ente pensante deste Brasil, a defesa do setor público é obrigação de todos nós. O setor público da saúde é a única referência de milhares de pessoas que não têm plano de saúde e que, na hora da dor e do sofrimento, precisa do setor público. E é de fundamental importância que a gente defenda o setor público com todas as nossas forças, pois é um direito do povo, para o povo e é um serviço essencial”, disse.

Rede Federal está desabastecida e sucateada. Mesmo assim, responde por 15% dos atendimentos de alta complexidade. A greve continua. Foto: Mayara Alves.

Ocupação e piquete na entrada do DGH

Em seguida ao ato unificado no Hospital do Andaraí, os servidores dirigiram-se para o prédio do DGH, após tomarem conhecimento da fajuta reunião do Grupo de Trabalho (GT) convocada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de dar voz a sindicatos sem legitimidade para falar em nome da greve.

Chegando ao DGH, os servidores ocuparam o hall de entrada e estabeleceram um piquete que teve momentos de tensão com usuários que tentaram forçar a entrada no prédio da rua México 128.

“O Sindsprev/RJ jamais negou disposição de lutar em defesa dos servidores que ele representa. Esta é a trajetória da nossa entidade sindical”, ressaltou Luis Henrique Santos, dirigente do Sindsprev/RJ. “Na nossa greve precisamos conversar com os usuários da rede federal para mostrar que lutamos por uma saúde gratuita, universal e de qualidade para toda a população. É uma greve em que também denunciamos os problemas que ocorrem nas unidades e cobramos solução. Até a vitória”, concluiu Sebastião José de Souza (Tão), também dirigente do sindicato.

Só quem fala em nome da greve é quem faz greve, como o Sindsprev/RJ e os servidores da rede federal. Foto: Mayara Alves.

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