Foi bastante participativa a reunião do Corpo Clínico do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) realizada na manhã desta segunda-feira (20/5), no auditório da unidade. Convocada como parte da organização da greve da rede federal do Rio, a reunião apresentou informe de participação de quase 50% do efetivo do ambulatório na paralisação.

A reunião também atualizou as principais orientações do Comando de Greve da rede federal para todos os servidores, caso sejam pressionados por gestores e chefias a não aderirem ou abandonarem a paralisação. Uma dessas orientações tem relação com os Adicionais de Plantão Hospitalar (APHs). Na hipótese de trabalhadores da enfermagem serem chantageados com ameaça de suspensão dos APHs, a orientação é de que estes servidores peçam transferência para setores onde suas atribuições funcionais sejam respeitadas. Isto porque atualmente grande parte de enfermagem já trabalha em desvio de função, com muitos auxiliares sendo pressionados a assumir atribuições de técnicos de enfermagem.

Necessidade de manter a greve e negociar pauta específica da rede federal

Dirigente regional do Sindsprev/RJ, Cristiane Gerardo conduziu a apresentação dos informes. No ponto sobre as negociações gerais do funcionalismo, ela criticou as contrapropostas apresentadas pela Fenasps (federação nacional) e pela Condsef ao governo, em nome dos trabalhadores da seguridade e do seguro social. “São propostas que não atendem aos nossos anseios e às nossas reivindicações. Somos uma das categorias com menor remuneração em todo o serviço público federal, mas o governo oferece zero de reajuste este ano. No caso da transformação dos cargos de auxiliares de enfermagem em técnicos de enfermagem, não se trata de simples troca de nomenclatura. Por tudo isso é que temos necessidade de manter a greve e negociar com o Ministério da Saúde os itens da nossa pauta específica”, afirmou

Segundo ela, ainda existe a expectativa de uma próxima mesa de negociação até quinta-feira, 23/5, a depender de confirmação. Outra iniciativa é uma audiência pública no HFSE, com presença de parlamentares, e uma reunião com a bancada de deputados do Rio de Janeiro. “Continuaremos com nossas articulações, mas o fundamental é fortalecermos ainda mais a greve, fortalecendo também os piquetes em cada unidade, como aqui no Hospital de Bonsucesso. Este é o caminho”, frisou.

Nesta terça- (21/5), reunião do Corpo Clínico do Hospital de Ipanema

Nesta terça-feira (21/5), também às 11h, será a vez do Corpo Clínico do Hospital Federal de Ipanema fazer a sua reunião de organização da greve. Na parte da tarde, às 14h, acontece a assembleia dos trabalhadores do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), com o Comando de Greve. E na quarta-feira (22/5), às 11h, também no Into, ato unificado da rede federal.

Este calendário de mobilização foi aprovado pela assembleia geral dos servidores da rede federal realizada na tarde da última sexta-feira (17/5), no auditório do Sindsprev/RJ. Além de referendar a continuidade da greve por tempo indeterminado, a assembleia aprovou que continuem suspensos os serviços eletivos que não causem agravamento das condições de saúde de pacientes e usuários das unidades federais.

Segurança do HFB tenta barrar fotógrafa do Sindsprev/RJ

Antes da reunião do Corpo Clínico do Hospital Federal de Bonsucesso, um dos seguranças tentou impedir, de forma truculenta, que a fotógrafa Mayara Alves, da Imprensa do Sindsprev/RJ, entrasse na unidade para fazer a cobertura do referido evento. Após um empurra-empurra e um princípio de tumulto, a entrada da fotógrafa foi permitida.

A entrada de Mayara estava sendo barrada sob o argumento de que ela “portava câmera fotográfica”, o que é absurdo. Primeiro, pelo autoritarismo da medida em si, que visa ao cerceamento do trabalho da imprensa. Segundo, pelo fato de que, na atualidade, qualquer celular com um mínimo de resolução pode filmar a realização de eventos como a reunião do Corpo Clínico, mesmo com imagens de baixa qualidade.

Portanto, se a intenção da segurança era impedir que documentassem a reunião no HFB, a tentativa de barrar a profissional do Sindsprev/RJ não fazia nenhum sentido sob todos os pontos de vista.