As mobilizações dos profissionais da rede federal de saúde conseguiram abrir um canal de negociação diretamente com o Ministério da Saúde, o que era necessário devido ao desgaste provocado pela coordenação do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) na sua relação com gestores e servidores das unidades e mesmo com pessoas de dentro do órgão. Foi uma vitória importante que busca o diálogo para a solução dos problemas já existentes nos hospitais e que vinham sendo agravados pela imposição de uma política autoritária e centralizadora que, no final das contas, aprofundou o desmonte da rede.
A retomada do diálogo foi garantida durante a ocupação de quinta-feira (14/3), quando a superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, a ex-deputada do PT, Cida Diogo, se reuniu com os servidores e dirigentes do Sindsprev/RJ e do Sindicato dos Enfermeiros. O encontro aconteceu após as 14 horas.
“Já não havia mais condições de negociarmos com o coordenador do DGH em quem já não tínhamos mais confiança porque o que prometia não se concretizava. O que não significa que por isto tenhamos deixado de confiar na ministra Nísia Trindade, muito pelo contrário, queremos fortalecer este diálogo que é positivo para resolvermos a grave situação da rede e vermos atendidas as reivindicações dos servidores”, avaliou Christiane Gerardo, diretora do Sindsprev/RJ.
A dirigente acrescentou que a ministra sempre teve a conduta de se empenhar para resolver problemas relacionados com a melhoria das condições de trabalho e atendimento à população. No encontro com Cida Diogo ficou acertado que o Sindsprev/RJ e o Sindenf/RJ enviariam diretamente ao ministério, documento conjunto com as reivindicações dos profissionais de saúde. Foi marcada, ainda, uma nova negociação sobre estas demandas, no DGH, no próximo dia 22 com presença de Cida Diogo e de representantes da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde (SAE).
“Cida Diogo se comprometeu a levar ao Ministério para resolver com urgência a questão da renovação dos mais de 1 mil contratos temporários que vencem em maio, problema que vinha sendo deixado de lado pela coordenação do DGH”, lembrou Christiane. Outros itens a serem negociados são: pagamento integral do piso da enfermagem; reajuste salarial; cumprimento do acordo de greve; concurso público e carreira e a não contratação de celetistas, através de seleção simplificada via Ebserh e RioSaúde; fim do desmonte dos hospitais; respeito e valorização dos servidores; e reversão de qualquer projeto de municipalização e privatização das unidades federais.
Novo ato no DGH, dia 22
Além de Christiane Gerardo, na reunião com Cida Diogo o Sindsprev/RJ foi representado pelos dirigentes Luiz Henrique Santos e Clara Fonseca. Para acompanhar as negociações com o Ministério da Saúde, no dia 22, no DGH, os servidores da saúde federal farão paralisação de 24 horas e um ato público, na mesma data, às 11 horas, em frente ao prédio onde funciona o órgão do MS, na Rua México, 128, Centro.