O presidente da Câmara dos Deputados, o bolsonarista Arthur Lira (PP-AL), vem pressionando o governo Lula a colocar um aliado seu do Centrão no ministério da Saúde em substituição a Nísia Trindade.
A ideia seria nomear alguém ligado ao setor para pasta, e não um parlamentar.
Com este objetivo, Lira tem criado dificuldades para a aprovação de projetos do interesse do governo e, até mesmo, articulado a aprovação de propostas contrárias à gestão Lula, como as que esvaziaram os ministérios do Meio-Ambiente e Povos Indígenas, e o projeto de Marco Temporal das terras indígenas, e mesmo a tentativa que acabou frustrada, de modificar a estrutura ministerial do atual governo. A decisão até pode mudar, mas, hoje, Lula não está disposto a ceder a Lira.
Para Sidney Castro, diretor do Sindsprev/RJ, o governo tem dificuldades em garantir maioria na Câmara dos Deputados, ficando mais do que nítido que isto se deve a uma articulação de Lira junto com a base do Centrão. “Do Arthur Lira pode se esperar tudo. Não há dúvida de que a exigência de troca no Ministério da Saúde se trata de uma chantagem”, avaliou.
A diretora da Regional Jacarepaguá do Sindsprev/RJ, Christiane Gerado, também condenou a tentativa de troca no ministério. “Esperamos que Lula não faça isso.
O Ministério da Saúde – junto com outros de políticas públicas imprescindíveis a vida humana como ambiente, assistência social e educação – precisam ser preservados da negociação política que não garante a boa ciência, a especialidade e a expertise na condução da pasta”, afirmou.