Realizada nesta segunda-feira (27/3), a reunião entre ministros do governo Lula sobre o crédito consignado oferecido aos aposentados e pensionistas do INSS terminou mais uma vez sem acordo.
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A reunião foi motivada pela decisão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) que, no último dia 13/3, estabeleceu, para novos contratos, taxas de 1,7% ao mês (nas operações de empréstimos consignados) e de 2,62% ao mês (nas operações realizadas por meio de cartão de crédito e cartão consignado de benefício). Antes da decisão do CNPS, as taxas do consignado e do cartão consignado de benefício eram, respectivamente, de 2,14% e 3,06%.

A disposição do Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), e da maioria dos integrantes do CNPS de baixar as taxas de juros do consignado gerou uma grande crise no interior do governo Lula (PT), que desde então vem sendo pressionado pela maioria dos grandes bancos brasileiros a manter as altíssimas taxas de juros dessa modalidade de empréstimo.

Leia matéria sobre decisão do CNPS sobre consignado, clicando aqui. 

Em represália à decisão do CNPS que reduziu os juros cobrados no consignado, no dia 16/3 a maioria dos bancos privados e estatais brasileiros — incluindo Banco do Brasil e Caixa Econômica — anunciaram a suspensão da oferta desta modalidade de crédito, numa óbvia chantagem contra os 19 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que seriam beneficiados com o pagamento de juros menores.

Uma das propostas para solucionar o impasse, em discussão dentro do governo, seria estabelecer taxas de 1,99% para o consignado e de 2,91% no cartão consignado.
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Esta semana o CNPS continuará se reunindo na busca de uma solução.

Bancos promovem chantagem contra segurados do INSS no consignado.
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Enquanto o impasse não é solucionado, milhões de aposentados e pensionistas serão empurrados para as modalidades de empréstimo mais caras, como as do crédito pessoal, que possui taxas médias de 5,23% ao mês.

Em 2022, segundo reportagem do jornal O Globo, a oferta total de crédito consignado (considerando todas categorias de consignado) foi de R$ 199,1 bilhões, sendo que R$ 81,4 bilhões — ou 40,88% do total — foram para aposentados e pensionistas.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban),  atualmente 14,5 milhões de aposentados do INSS têm empréstimo consignado, movimentando cerca de R$ 215 bilhões nas linhas de empréstimo e cartão.