Esperada com grande ansiedade pela maioria da população brasileira, a eleição de Lula, no último domingo (30/10), dá fim a um dos piores governos da história do Brasil, o governo Bolsonaro, marcado por grande instabilidade política, corrupção, desrespeito aos direitos humanos, desapreço pela Constituição Federal, racismo, misoginia, preconceito contra as comunidades LGBTQI+, destruição do meio ambiente e ataques sem precedentes aos direitos dos trabalhadores.
Eleito com uma plataforma política resultante da composição com inúmeros partidos da esquerda e do centro democrático, o governo Lula toma posse no próximo dia 1º de janeiro de 2023 e terá enormes desafios pela frente, começando por uma difícil conjuntura econômica mundial, marcada por baixas taxas de crescimento, grandes índices de desemprego, aumento da pobreza absoluta e redução dos orçamentos públicos.
Internamente, um dos maiores desafios de Lula será reconstruir políticas essenciais do Estado brasileiro, como as de saúde, educação, previdência e assistência social. Como é de conhecimento geral, os serviços públicos brasileiros estão destruídos, sucateados e com imensos déficits de pessoal. Na rede federal de saúde, por exemplo, esse déficit já ultrapassa 15 mil servidores. No INSS, por sua vez, a carência é de 23 mil trabalhadores, o que gerou uma fila de quase 3 milhões de benefícios represados.
Para além da necessidade de novos concursos, de reajuste salarial e valorização dos serviços públicos e seus trabalhadores, o governo Lula terá que dar consequência à necessidade de revogação da infame reforma trabalhista. Uma reforma que, na prática, só serviu para cassar direitos dos trabalhadores e enriquecer ainda mais os patrões.
Todos esses desafios para Lula serão ainda maiores se levarmos em conta a composição mais conservadora e retrógrada que o Congresso Nacional terá na próxima legislatura, onde aumentou o número das bancadas ligadas aos setores mais atrasados do empresariado, à indústria armamentista, às igrejas evangélicas neopentecostais, a grileiros e desmatadores. Um Congresso, enfim, ainda mais identificado com as agendas ultrarreacionárias defendidas por Bolsonaro e aliados.
Como entidade de classe que, acima de tudo, tem o princípio da autonomia como um de seus pilares fundamentais, o Sindsprev/RJ entende que as reivindicações dos trabalhadores só serão atendidas a partir de um amplo processo de mobilização que dê o necessário suporte às futuras negociações com o governo Lula.
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