Na maior cara-de-pau do mundo Jair Bolsonaro disse que não tinha ‘conseguido’ dar reajuste ‘este ano’ para os servidores públicos, porque o governo ‘não tinha dinheiro’ para isto. Mentiu descaradamente aos jornalistas sem ficar vermelho já que vem gastando a rodo destinando mais de 50% do Orçamento da União para os bancos; aprovando o orçamento secreto com verba bilionária para a campanha eleitoral dele e de seus aliados; e deu a si próprio e aos seus ministros, em maio do ano passado, aumento de 69%. Sem falar nos milhões do seu cartão corporativo e dos gastos vergonhosos das forças armadas com a compra de próteses penianas e viagra.

O diretor do Sindsprev/RJ Paulo Américo classificou como vergonhosa a decisão de Bolsonaro e do seu ministro da Economia Paulo Guedes. “Daqui a pouco eles vão culpar os servidores pela falta de reajuste que é apenas a reposição da perda dos salários com a inflação que já ultrapassa os 20%, e se restringe aos três anos de mandato. Portanto, não se trata de um gasto a mais, de aumento real”, criticou.

Governo contra o servidor

“É absurda essa postura de Bolsonaro que garantiu emendas para comprar o Centrão, para fazer tudo aquilo que ele disse que não iria fazer, usando dinheiro público para garantir votos, deixando o serviço público e o servidor em último plano”, disse. O dirigente acredita que essa recusa seja uma cortina de fumaça, uma tática de anunciar o pior para conceder algo irrisório.
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“Caso não pague a reposição emergencial, vai se desgastar ainda mais com o funcionalismo. Mas também não acho impossível que ele mantenha essa postura de descaso. Ficou claro que Bolsonaro não quer prestar serviço público de qualidade à população. Serviços públicos de qualidade dependem de pessoas bem formadas, bem treinadas e bem remuneradas, no mínimo, com a devida reposição de perdas ocasionadas pela alta dos preços”, frisou.
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Prejudicando também a população

Paulo Américo ressaltou que ao fazer o contrário, deixando de investir no setor e desvalorizando o funcionalismo, o governo mostra qual é a sua política: a de destruir, desmontar os serviços, terceirizar, entregar tudo nas mãos do sistema financeiro, da iniciativa privada. “E ainda fala em privilegiar este ou aquele setor, como se a saúde pública e o INSS não fossem importantes. É lamentável que ainda haja pessoas que acreditam no governo e num sujeito como este”, afirmou.

Moacir Lopes, diretor da Federação Nacional (Fenasps), disse que o governo encara esta questão como uma guerra contra o reajuste. Disse que o governo já prometeu tantas vezes reajustar, e depois voltou atrás, falou de manhã uma coisa, desmentiu ao meio-dia, produzindo uma confusão sem tamanho.

“Mas a verdade é que o sonho do ‘Bozoverme’ agora é garantir que tenha dinheiro para zerar o imposto (o ICMS dos estados sobre os combustíveis que Bolsonaro diz que vai pagar aos governos estaduais, depois, com dinheiro federal) na ilusão de que vai reduzir o preço da gasolina e não vai. Não vai porque o preço dos derivados está dolarizado e segue os do mercado internacional. Espero que os governadores não sejam tão idiotas a ponto de concordar com uma roubada eleitoral destas (que terá que ser votada pelo Congresso Nacional), porque vão ficar sem os votos e ainda vai quebrar o estado”, disse.

“É uma gestão que governa para a caterva, que pega dinheiro do BNDES para fazer show para financiar garimpo ilegal na Amazônia. É uma quadrilha organizada que está assaltando o país para o qual os trabalhadores não têm valor. Para o Paulo Guedes todos os servidores tinham que ser demitidos. Esse é o sonho do Guedes que é um sujeito criado pelo (ditador chileno Augusto) Pinochet, um cara sanguinário, trambiqueiro que, infelizmente para o país é o Ministro da Economia”, lamentou.
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