Usuários de trens urbanos do Rio protestam na próxima terça-feira (25/1) contra o anunciado reajuste de 40% no valor da tarifa do serviço, do qual milhares de trabalhadores dependem todos os dias para exercerem suas atividades laborais. Convocada pelo Fórum de Mobilidade Urbana, Faferj, Fórum por Direitos e Liberdade e pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a manifestação será realizada a partir das 16h, em frente à Central do Brasil.

Autorizado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), o reajuste prevê que a tarifa de trens urbanos passará dos atuais R$ 5,00 para R$ 7,00, a partir do próximo dia 2 de fevereiro.

Na prática, o reajuste de 40% no valor da tarifa, se não for revertido a tempo, vai corresponder a quatro vezes o índice oficial de inflação apurado no ano de 2021, que foi de 10,06%. Em outras palavras, é um aumento de tarifa completamente insuportável para a esmagadora maioria dos trabalhadores que residem na região metropolitana do Rio de Janeiro. Trabalhadores que, também em sua maioria, não tiveram nenhum reajuste salarial em 2021 ou, quando tiveram, foi em percentuais muito abaixo da própria inflação oficial de 10,06%.

Em nota publicada no início deste mês, a Supervia afirmou que “segue em negociação com o governo do estado para definir o valor”, embora já tenha sido autorizada pela Agetransp a praticar o abusivo reajuste de 40% em sua tarifa, que é majorada anualmente com base na inflação medida pelo índice IGP-M, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, conforme previsto no contrato de concessão. No período compreendido entre 1º de dezembro de 2020 e 30 de novembro de 2021, a tarifa foi reajustada em 17,89%.