Nesta terça-feira (21/12), Bolsonaro e parlamentares aliados do governo asseguraram, no orçamento da União para 2022, o valor de R$ 1,9 bilhão destinado ao pagamento de reajuste salarial para servidores da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e das carreiras do Ministério da Justiça. O reajuste contradiz o discurso praticado pelo governo, que, nas negociações com as demais categorias do funcionalismo público, sempre afirmou “não ter recursos” para a concessão de reajustes.
O “presente” às forças de segurança concedido por Bolsonaro tem por objetivo consolidar o apoio político junto a uma de suas principais bases de sustentação política, que são as forças policiais brasileiras, incluindo as PMs nos estados.
Para Sidney Castro, dirigente do Sindsprev/RJ, todo o funcionalismo público deve se mobilizar para exigir do governo os mesmos benefícios concedidos por Bolsonaro aos servidores da Polícia Federal. “Dar reajuste somente para as forças de segurança atenta contra o princípio constitucional da isonomia e mostra que são mentirosos os argumentos de Bolsonaro e de Paulo Guedes [ministro da Economia] quando eles afirmam não ter condições de reajustar os nossos salários. Se houvesse uma lista de prioridades, os servidores da saúde deveriam estar em primeiro lugar porque foram eles que salvaram milhões de vidas durante a pandemia de covid, foram eles que trabalharam sem EPIs, em unidades sucateadas e com centenas de leitos interditados. Mas o governo Bolsonaro não reconhece nada disso”, criticou.
Em setembro deste ano, Bolsonaro editou Medida Provisória que concede a policiais, bombeiros, guardas municipais e agentes penitenciários condições especiais para a compra da casa própria. Tudo como se apenas essas categorias do funcionalismo necessitassem desse benefício.
A triste realidade no Brasil é que a maioria das categorias do funcionalismo público federal, incluindo os servidores da Saúde Federal e do INSS, estão há muitos anos sem reajuste no vencimento-base e sem a atualização de suas respectivas carreiras.
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