Nesta terça-feira (21/9), o presidente Jair Bolsonaro na abertura da 76ª Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, mais uma vez mentiu sobre vários temas, envergonhando o país. Em cerca de 13 minutos, atacou a imprensa, passou informações falsas e fora de contexto sobre o combate ao desmatamento na Amazônia; enalteceu as manifestações de 7 de setembro; escondeu o genocídio causado pelo boicote que fez a medidas de prevenção, como uso de máscaras, isolamento social, e a compra de vacinas, negando a gravidade da doença e insistiu em práticas equivocadas de combate à covid-19, com críticas ao lockdown e apoio ao tratamento precoce sem comprovação científica.
Devido ao comportamento do presidente e de seus aliados de negar a gravidade da covid-19, dois integrantes da delegação brasileira testaram positivo para a covid-19. Um deles foi o próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
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O fato, associado ao discurso mentiroso de Bolsonaro, repercutiu negativamente em todo o mundo. A vergonha foi ainda maior porque a mídia internacional deu destaque à decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de colocar toda a delegação brasileira em quarentena.
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O ministro Queiroga, que na noite de terça-feira (21/9) foi filmado fazendo gestos obscenos para manifestantes contrários ao governo Bolsonaro, esteve ao lado do presidente da República e de outros ministros que integram a comitiva por vezes sem máscara. O ministro também participou de uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na segunda-feira (20), um dia antes de testar positivo para a doença.
O jurista e professor Miguel Reale Júnior disse que ao defender o uso de medicamentos ineficazes contra a covid-19 na ONU, Bolsonaro confessou os crimes pelos quais é investigado na CPI do Senado. “Era uma confissão. Ele confessa que usava cloroquina, que mandava cloroquina e ainda vai ao púlpito da ONU fazer campanha da cloroquina. Reforça o crime catalogado na nossa legislação como charlatanismo”, afirmou.
O Chefe do Corpo Clínico do Hospital Federal de Bonsucesso, o médico Júlio Noronha, condenou Bolsonaro. “Não é à toa que chegamos a 600 mil mortos. Estamos na era da boçalidade. E nessa insanidade sanitária, confirmada pelas declarações de Bolsonaro, se vê claramente porque chegamos a isso, através do desrespeito à vida humana e à ciência”, disse. Acrescentou que, o pior, é que há entidades médicas, autarquias federais, que apoiam falas anticientíficas como as do presidente. “Estes senhor tem que ser levado ao Tribunal Internacional de Haia para ser julgado por crime contra a humanidade”, defendeu.
Covid-19
Sobre a pandemia, Bolsonaro disse que sempre defendeu “combater o vírus e o desemprego com a mesma responsabilidade”. Culpou o isolamento social e não a desvalorização do real – incentivada pela sua política econômica – pela disparada dos preços no país.
Para o capitão reformado, “as medidas de lockdown (já comprovadas como eficazes pela ciência), deixaram um legado de inflação, sobretudo sobre gêneros alimentícios”, e as pessoas foram “obrigadas a ficar em casa” por prefeitos e governadores. A verdade, no entanto, é outra e se estas autoridades não agissem com medidas de prevenção, graças a Bolsonaro, o número de contaminados e mortos seria ainda muito maior.
Bolsonaro insistiu sobre erros no combate à pandemia do coronavírus. Além de voltar a criticar o lockdown, defendeu o tratamento precoce, uma solução oposta, não recomendada internacionalmente.
Ao contrário do que disse o presidente, a alta do preço da comida no Brasil não tem relação com o combate à doença, mas, além da desvalorização do real, com outros fatores como a política da Petrobras para combustíveis e questões climáticas que prejudicaram a produção de energia elétrica e a agricultura.
Desmatamento
Mentiu também sobre o desmatamento incentivado por seu governo e que teve como consequência o afastamento do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, acusado de corrupção e por impedir a ação de fiscais e da Polícia Federal em casos de derrubada ilegal de árvores na Floresta. “Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa?”, mentiu descaradamente: o desmatamento aumentou.
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O dado foi apresentado sem contexto, já que o percentual é quase o dobro do registrado entre janeiro e agosto de 2018, antes do início da sua gestão, de 3.336 km².
Durante o discurso, Bolsonaro omitiu que entre agosto de 2019 e julho de 2020 a exploração de madeira na Amazônia foi quase três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Ao menos 11% da exploração ocorreu em áreas protegidas.
“Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa quanto a nossa. Nossa agricultura é sustentável e de baixo carbono”, afirmou o presidente brasileiro. Bolsonaro acrescentou que “indígenas desejam utilizar suas terras para agricultura e outras atividades”.
Corrupção
Em seguida, mentiu mais uma vez, dizendo que não houve nenhum caso de corrupção em seu governo – apesar de todas as provas levantadas pela CPI da Covid. E mesmo sendo ele mesmo e sua família alvos de diversas investigações, como compra de casas de valores milionários em Brasília, o escândalo da ‘rachadinha’ e a compra de vacinas da covid-19 com propina e superfaturamento.
Negou a grave crise econômica em que seu governo mergulhou o Brasil, em função da política econômica ultraliberal entreguista e dos efeitos causados pela instabilidade política como quebra de empresas, fuga de capitais, alto desemprego, aumento da miséria, da fome e disparada da inflação. Sem apresentar fontes, falou de um “novo Brasil”, com a “credibilidade recuperada”.
No entanto, um ranking da própria ONU, divulgado em junho, mostrou que o investimento estrangeiro no Brasil em 2020 despencou para níveis de 20 anos atrás, diante da dificuldade de controlar a pandemia de covid-19 e das incertezas sobre os rumos econômicos e políticos do país.
Mentiu também sobre as manifestações pró-governo do último dia 7, classificando-as como “as maiores da história do país”. Mostrando uma certa insanidade disse: “Estávamos à beira do socialismo. Apresento agora um novo Brasil, com credibilidade reconhecida em todo o mundo”, afirmou.