Conhecido como criador do comando paralelo e ilegal, formulador de ações do governo Bolsonaro de boicote a medidas de combate à pandemia do novo coronavírtus, o deputado Osmar Terra (MDB-RS) depõe nesta terça-feira (22/6) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Genocídio, no Senado Federal. A existência do também chamado gabinete paralelo foi citada pela primeira vez no depoimento do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, em maio. Mandetta revelou que o grupo se reunia sistematicamente, era chefiado por Bolsonaro e tomava decisões que desautorizavam o ministério da Saúde, boicotando medidas como o isolamento social, o uso de máscaras e a contratação de vacinas, negando as gravidade da pandemia tendo consequência a disparada do número de pessoas contaminadas e mortas perla covid-19.
Em um reunião em setembro de 2020 da qual participou o presidente da República, Terra foi apresentado como “padrinho” de um grupo de médicos que apoiavam o uso de medicmaneetos sem eficácia contra a doença. Em várias oportunidades, Osmar Terra externou sua opinião sobre a forma como deveria se dar o enfretamento à crise. Imunização coletiva não pela vacinação em massa da população, mas por meio da exposição do maior número possível de pessoas.
Na quarta-feira, 23, será a vez do depoimento do assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, também suspeito de participar do gabinete paralelo.
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou uma lista com 14 pessoas que passarão de testemunhas à condição de investigadas pela comissão de inquérito do Senado. Estão na lista o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga.
Entre os investigados estão pessoas apontadas como integrantes do “gabinete paralelo” do presidente Jair Bolsonaro, que o aconselhava sobre medidas relacionadas à pandemia, como Nise Yamaguchi, Paolo Zanotto, Carlos Wizard e Luciano Dias Azevedo.
Também há nomes relacionados ao Ministério da Saúde.
Além de Queiroga e Pazuello, estão na lista a secretária Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, e a coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fantinato. O ex-secretário Elcio Franco e o atual secretário Hélio Angotti Neto também serão investigados.