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quinta-feira, novembro 21, 2024
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‘Motociata’ promovida por Bolsonaro no domingo (23/5) foi manifestação tipicamente fascista

Uma manifestação tipicamente fascista e muito semelhante às que o então líder fascista italiano, Benito Mussolini, fazia nos anos 30, quando saía de moto acompanhado por um grande cortejo de seguidores. Tudo para demonstrar força política e intimidar opositores ao regime então vigente na Itália.
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Foi muito parecida com isto a ‘motociata’ promovida no Rio de Janeiro, neste domingo (23/5), por Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Iniciada na Barra da Tijuca, a manifestação produziu um cortejo de milhares de motos que percorreram a orla da Zona Sul até o Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, onde Bolsonaro, o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, e vários outros apoiadores do atual governo discursaram num carro de som. Todos sem máscara e sem observar as medidas mais básicas de prevenção à covid.
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Durante o trajeto da Barra ao Aterro, os apoiadores de Bolsonaro pediram intervenção militar e o fechamento de instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A manifestação, no entanto, também gerou reações contrárias, como panelaços e palavras de ordem contra Bolsonaro.

Em seu discurso ao final do ato, Bolsonaro mais uma vez atacou as medidas de distanciamento contra a covid e teve o disparate de afirmar, sem qualquer evidência científica, que a pandemia de covid no Brasil ‘está no fim’.
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Dirigindo-se aos manifestantes, disse: ‘o nosso exército são vocês’.

Segundo dados do próprio Ministério da Saúde e de prestigiadas instituições de pesquisa do país, a covid já tirou a vida de quase 450 mil pessoas, tornando o Brasil o segundo em número de mortes e um dos epicentros mundiais da pandemia.

O ditador fascista Benito Mussolini, que também fazia ‘motociatas’ para demonstrar poder e intimidar adversários.

Bolsonaro mobiliza suas bases de apoio para futuro golpe fascista

O cortejo de motocicletas ocorrido neste domingo (23/5) foi a quarta manifestação de grande porte realizada por Bolsonaro em menos de um mês. Antes dessa demonstração de violência motorizada, Bolsonaro já havia mobilizado seus apoiadores em grandes atos no feriado de 1º de Maio e no dia 15/5, quando também atacou as medidas de distanciamento social e ameaçou governadores e prefeitos com a edição de um decreto federal cujo teor não explicou.

Acuado pela queda de popularidade, pela ascensão da candidatura Lula (PT) nas pesquisas de intenção de voto e pelo avanço da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Genocídio no Congresso Nacional — que está responsabilizando seu governo pelo agravamento da covid no Brasil —, Bolsonaro vem, nas últimas semanas, mobilizando sua base social fascista para um enfrentamento radicalizado contra as instituições. O objetivo é coesionar ainda mais essa base de apoiadores, de forma a acumular forças para uma tentativa de ruptura institucional (golpe de Estado) que pode acontecer no médio prazo, caso o desdobramento da atual conjuntura continue sendo-lhe desfavorável. Nesse sentido, a hipótese de Bolsonaro tentar um golpe fascista antes mesmo das eleições presidenciais de 2022 não está descartada. Se Bolsonaro conseguirá (ou não) implementar seu projeto fascista, é algo que só a dinâmica das lutas de classes vai determinar.

Em vez de prestar solidariedade às vítimas da covid e apoiar as medidas de prevenção contra a disseminação da doença — como se deveria esperar de um chefe de Estado —, Bolsonaro debocha e faz pouco caso dos quase 450 mil mortos pelo coronavírus no Brasil. Esse absoluto desprezo pela vida humana foi uma das mensagens centrais do lamentável cortejo de motos ocorrido neste domingo. Um cortejo de apoio à morte, como é típico do fascismo.

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