O general da ativa Eduardo Pazuello está, com seu cinismo, transformando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Genocídio em uma palhaçada. Na manhã de hoje, segundo dia depoimento do militar cara de pau, contou uma série de estórias sem sentido, com ‘revelações’ como o de que ‘era apenas uma calculadora’ o programa do Ministério da Saúde lançado em Manaus, durante o colapso dos hospitais pela negligência do governo Bolsonaro, causando a morte de centenas de pessoas, inclusive por falta de oxigênio.
Assista aqui ao depoimento de Pazuello na CPI do Genocídio.
Disse que o programa chamado TrateCov, que ensinava médicos e os incentivava a utilizar o tratamento precoce da cloroquina para a covid-19 não foi lançado oficialmente pelo Ministério por ele comandado.
Disse que o ‘programa foi roubado, alterado e colocado na rede pública por um cidadão desconhecido’. “Está tudo registrado na delegacia de polícia”, afirmou, para a incredulidade e indignação dos senadores. ‘Não foi lançado pelo Ministério’, disse Pazuello.
Tratamento criminoso
Sobre o assunto, a mídia informava, em meio à falta de oxigênio e mortes em série em Manaus pela covid-19 e falta de apoio do governo: ‘No momento de disparada de mortes pela COVID-19 no Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, aposta em nova arma ineficaz para o controle da pandemia. O general lançou em Manaus, nesta semana, o TrateCOV, um aplicativo que estimula a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada contra esta doença”.
Estes medicamentos não têm eficácia comprovada contra a COVID-19, são rejeitados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), mas viraram aposta do governo Jair Bolsonaro no combate à doença. Durante a crise sanitária, o presidente desestimulou o uso de máscaras e do distanciamento social, mas mandou turbinar a produção da cloroquina e buscou doação de hidroxicloroquina – medicamentos hoje encalhados nos estoques do governo federal. O aplicativo também indica o uso do corticóide dexametasona, que é recomendado pela SBI para casos mais graves.
Mentiroso e delirante
A mídia acrescentava, ainda, contrariando o depoimento de Pazuello: ‘Segundo o próprio ministério, após o diagnóstico, que é sinalizado pelo aplicativo a partir de uma pontuação definida pelos sintomas do paciente, o TrateCOV sugere a prescrição de hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina e doxiciclina. O tratamento muda conforme os dados apresentados pelo paciente, segundo a pasta’.
O ministério afirmou, à época, que o uso do TrateCOV poderá ser “ampliado para outras regiões do país”. “A ação do Ministério da Saúde tem como objetivo fornecer mais um mecanismo que dará maior segurança e agilidade no diagnóstico da COVID-19, visando reduzir o risco de internações e óbitos”, diz a pasta em nota.