O Sindsprev/RJ convoca os servidores da saúde federal (concursados e contratados) para o ato unificado emergencial que acontece nesta quarta-feira (4/11), a partir das 10h30, na entrada do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), em Laranjeiras. O objetivo é pressionar o Ministério da Saúde pela imediata anulação do certame aberto em agosto e que está recheado de irregularidades.
Na última quinta-feira (29/10), o Ministério publicou a resposta formal aos recursos apresentados por todos os candidatos prejudicados ao se inscreverem no certame. A maioria esmagadora dos recursos foi indeferida, mantendo a injustiça cometida contra 99% dos candidatos que, embora tivessem experiência profissional comprovada e preenchessem todos os requisitos exigidos pelo edital do certame, não conseguiram pontuar e se classificar. Ou seja: as notas iniciais de eliminação foram mantidas. Além de surpreendente, o resultado está causando enorme indignação e revolta entre todos os candidatos.
“Não aceitamos e não aceitaremos que o Ministério convalide uma grande injustiça contra os profissionais que disputaram o certame.
Os contratos desses 4.117 profissionais terminam dia 31 de dezembro e, a partir do dia 1º de janeiro, o caos será instalado em todas as unidades da rede federal, o que vai gerar desassistência para a população. O governo Bolsonaro está pagando pra ver e, ao fazer isto, vai colocar em risco as vidas de milhares de pessoas. O governo transformou o Ministério da Saúde no mensageiro da morte, responsável pelo incêndio do Hospital de Bonsucesso porque sabia das precariedades daquele hospital e nada fez para evitar”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ. Para ela, é preciso correr ainda mais contra o tempo.
“O Sindsprev/RJ ingressou com ação na Justiça pela anulação do certame, mas a Justiça deu 30 dias de prazo para que a Advocacia-Geral da União [AGU] se pronuncie. Não podemos esperar. Nossa luta será decidida com a nossa mobilização”, disse, em referência ao processo que tramita na 29ª Vara Federal do Rio.
“Os mesmos profissionais de saúde que tiveram seu trabalho e dedicação amplamente reconhecidos pela população na luta para salvar vidas antes e durante a pandemia da covid são os mesmos que o governo Bolsonaro quer agora jogar na lata do lixo. Esse governo não tem compromisso com a vida das pessoas. Não vamos aceitar que o certame descarte esses valorosos profissionais”, completou Sidney Castro, também dirigente do sindicato.
Dia 21/10, em frente à Alerj, profissionais contratados da rede federal de saúde do Rio protestaram contra as irregularidades do certame.
Inicialmente, o prazo estabelecido pelo Ministério da Saúde para que os candidatos ingressassem com os recursos foi nos dias 13 e 14 de outubro, mas os profissionais que tentaram acessar o site do certame não conseguiram entrar com os recursos, por conta de falhas técnicas.
Na ocasião, o caos foi tamanho que, ao final daquele mesmo dia 13, o Ministério reabriu outro prazo para recursos, entre os dias 19 e 23 de outubro.
