A pressa do governo Bolsonaro, de governadores como Cláudio Castro e prefeitos como Eduardo Paes em suspender a obrigatoriedade do uso de máscaras mesmo em ambientes fechados vem tendo consequências negativas para a vida da população. O Brasil registrou na quarta-feira (8/6) 301 mortes pela Covid-19 em 24 horas, totalizando 667.701 desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 122. Em comparação à média de 14 dias atrás, aumentou 13%.

As médias móveis consideram a variação de contaminações e mortes registradas nos últimos sete dias. Esses números permitem o acompanhamento da situação epidemiológica sem eventuais distorções causadas por possível subnotificação aos fins de semana ou problemas no acesso às bases de dados.

Júlio Noronha, médico e presidente do Corpo Clínico do Hospital Federal de Bonsucesso, lembrou que a pandemia não acabou e que com o aumento recente exponencial do número de casos é recomendado o uso da máscara.

“Esta é uma medida já sabidamente de proteção individual. Algumas prefeituras já estão recomendando.

Na minha opinião a máscara deve ser usada em ambientes fechados em geral, em especial nos transportes coletivos”, afirmou.

A médica Eliane Assunção avaliou que entre os extremos, que são o lockdown e deixar o vírus da covi-19 se espalhar livremente, existe toda uma escala de medidas protetivas para evitar a contaminação e a disseminação da doença. “Uso de máscaras bem ajustadas em locais fechados, evitar aglomerações, testar se apresentar sintomas, se isolar caso positivo e manter o esquema de vacinação atualizado são medidas eficazes e importantes”, aconselhou.

Acrescentou que a adequada ventilação e renovação do ar também podem ajudar muito e disse que é fundamental mostrar empatia por quem é mais suscetível (idosos, portadores de doenças graves e crianças que não podem ainda se vacinar), ou seja, tomar todos os cuidados para evitar levar o vírus para estas pessoas. “Todas as faixas etárias devem ter em mente que não se trata apenas de não ficar grave, trata-se também de evitar Covid
Longa que pode levar a sequelas bem complicadas e incapacitantes”, alertou.

Ressaltou que, infelizmente, a Covid Longa ainda é pouco divulgada, mas seus efeitos devastadores podem atingir desde crianças até idosos. “É necessário que todos se cuidem e pensem no próximo”, disse.