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segunda-feira, maio 13, 2024
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A Campanha Salarial dos Servidores Federais entra neste mรชs de outubro em uma nova fase, com o aumento das mobilizaรงรตes visando derrotar a polรญtica de reajuste zero do governo Lula. Com a negativa do governo em apresentar qualquer proposta de reajuste, as entidades nacionais do funcionalismo decidiram ampliar as mobilizaรงรตes com atos em Brasรญlia e nos estados, entre 2 e 5 de outubro, com รชnfase em atos unificados e paralisaรงรตes no dia 3 de outubro.
Esta nova etapa da Campanha Salarial visa preparar uma greve nacional dos servidores. A greve serรก discutida com a categoria e deflagrada caso nรฃo haja avanรงos nas negociaรงรตes e a apresentaรงรฃo de uma contraproposta de รญndice de reposiรงรฃo salarial a ser incluรญda no Orรงamento da Uniรฃo para 2024. A proposta de reposiรงรฃo (veja no fim desta matรฉria) foi apresentada em 11 de julho.
Reajuste e arcabouรงo
O arcabouรงo fiscal de Lula e Haddad, aprovado pelo Congresso Nacional em 22 de agosto, repete a lรณgica do teto de gastos criado no governo Michel Temer e mantido por Jair Bolsonaro, com a previsรฃo das mesmas despesas do Orรงamento da Uniรฃo do ano anterior, apenas com a reposiรงรฃo das perdas. Isto leva ao corte de verbas de setores sociais, incluindo salรกrios de servidores e concursos pรบblicos, para manter integralmente os gastos com o pagamento da dรญvida pรบblica com os bancos.
A diferenรงa do arcabouรงo para o teto รฉ o acrรฉscimo de duas bandas entre 0,6% e 2,5% da despesa do ano anterior. Sendo que, para piorar, estas bandas sรณ poderรฃo ser usadas caso o governo cumpra vรกrios requisitos como atingir a meta de superรกvit primรกrio, seja cortando gastos ou fazendo crescer a receita federal em relaรงรฃo ao ano anterior.
Assim como o teto de gastos, o arcabouรงo fiscal atinge apenas รกreas sociais (educaรงรฃo, saรบde, assistรชncia social) e a estrutura do Estado (servidores, concursos, investimentos na melhoria do atendimento). Jรก a verba referente ร  dรญvida pรบblica segue nรฃo limitada ร s regras. Por isto mesmo, Fernando Haddad tem cortado bilhรตes de vรกrias รกreas previstos no Orรงamento deste ano. Tambรฉm como parte do arcabouรงo, negou a inclusรฃo na Lei Orรงamentรกria Anual (LOA), aprovada em 31 de agosto, de qualquer tipo de reajuste no prรณximo ano para os servidores. Ou seja, รฉ a polรญtica do reajuste zero.
Esta lรณgica tem repercutindo nas rodadas da Mesa Nacional de Negociaรงรฃo Permanente (MNNP), instrumento abandonado pelos governos Temer e Bolsonaro e retomado por Lula, numa sinalizaรงรฃo inicialmente considerada positiva. A mesa foi reinstalada oficialmente em fevereiro, mas a cerimรดnia de definiรงรฃo dos protocolos a serem seguidos, ocorreu em 11 de julho, no Ministรฉrio da Gestรฃo e Inovaรงรฃo no Serviรงo Pรบblico (MGI) com a participaรงรฃo de todas as entidades nacionais dos servidores e centrais sindicais.
Enrolaรงรฃo
Foi na Mesa definido o reajuste emergencial de 9% para este ano e a negociaรงรฃo da reposiรงรฃo para o ano que vem. Na primeira rodada, em 11 de julho, foi apresentada oficialmente a proposta de reposiรงรฃo gradual das perdas salariais dos servidores a ser incluรญda na Lei Orรงamentรกria Anual (LOA), provocadas pela inflaรงรฃo de 1ยบ de julho de 2010 a 30 de junho de 2023 (saiba mais no final desta matรฉria).
Em 25 de julho, aconteceu a segunda rodada. Nela, o principal negociador do governo, Josรฉ Lopez Feijรณo, Secretรกrio de Gestรฃo de Pessoas e de Relaรงรตes de Trabalho do MGI, disse que ainda nรฃo tinha como responder ร  reivindicaรงรฃo salarial. Segundo Feijรณo, a resposta ficaria para 4 de agosto.
No entanto, a rodada acabou sendo adiada para 10 de agosto. Naquela data, o governo vinculou a apresentaรงรฃo de proposta ร  aprovaรงรฃo do acabou fiscal, o que aconteceu em 22 de agosto. Como a data-limite para a aprovaรงรฃo da LOA era 31 de agosto, o Ministรฉrio da Gestรฃo e Inovaรงรฃo (MGI), marcou nova reuniรฃo da Mesa para 30 de agosto. Nesta rodada, o governo nรฃo apresentou qualquer proposta de รญndice de reajuste para 2024.
Reposiรงรฃo salarial
O principal item da pauta econรดmica de reivindicaรงรตes apresentada pelas entidades nacionais dos servidores ao MGI รฉ a reposiรงรฃo das perdas provocadas pela inflaรงรฃo de 1ยบ de julho de 2010 a 30 de junho de 2023, que foi de 114,33%. Como os segmentos da categoria tiveram reajustes diferenciados, os รญndices de reposiรงรฃo sรฃo diferentes e foram, por isto mesmo, divididos em blocos.
O bloco 1 corresponde aos que tiveram reajustes neste perรญodo (2010 a 2023): em 2013 (5%), 2014 (5%), em 2015 (5%), em 2016 (5,5%), 2017 (5%) e em 2023 (9%), totalizando 39,77%. O รญndice reivindicado para repor as perdas, neste bloco, รฉ de 53,34%.
O bloco 2, รฉ formado por servidores que tiveram de julho de 2010 a junho de 2023, reajustes em: 2013 (5%), 2014 (5%), 2015 (5%), 2016 (5,5%), 2017 (5%), 2018 (4,75%), 2019 (4,5%) e 2023 (9%), totalizando 53%, sendo o รญndice de reposiรงรฃo reivindicado de 40,08%.
A pauta unificada, apresentada pelo Fonasefe e pelo Fonacate, propรตe a reposiรงรฃo gradual destas perdas, ao longo de trรชs anos. Os reajustes seriam divididos: em 2024, 15,31%; em 2025, 15,31%, mais a inflaรงรฃo de 1ยบ de julho de 2023 a 30 de junho de 2024; e em 2026, 15,31%, mais a inflaรงรฃo de 1ยบ de julho de 2024 a 30 de junho de 2025.
No projeto de Lei Orรงamentรกria Anual (LOA), apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao Congresso Nacional, em 31 de agosto, nรฃo estรก prevista verba para reposiรงรฃo salarial dos servidores federais. Foto: Agรชncia Brasil.

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